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Desemprego tem menor taxa para janeiro em 8 anos, diz IBGE

Apesar disso, a taxa de desocupação subiu de 5,3% em dezembro para 6,1% no mês passado

Por Alessandra Saraiva e da Agência Estado
Atualização:

A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 6,1% em janeiro, ante 5,3% em dezembro. O resultado é o menor para meses de janeiro desde 2003. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego em janeiro deste ano também ficou bem abaixo da apurada em janeiro de 2010 (7,2%). O resultado veio dentro do esperado.

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O aumento da taxa de desemprego de dezembro para janeiro representa a dispensa de trabalhadores temporários costumeiramente contratados no último trimestre de cada ano, segundo o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) Cimar Azeredo. "Isso sempre acontece, este aumento da taxa de desocupação em janeiro. É um fato sazonal e esperado no mercado", afirmou ele.

Azeredo lembrou que, nos últimos meses de cada ano, sempre ocorre um aumento no número de trabalhadores temporários, para atender o mercado interno mais aquecido do período. Mas, nos primeiros meses de cada ano, esses trabalhadores temporários são dispensados, e entram novamente no mercado de trabalho para buscar emprego, elevando assim a taxa de desemprego. "Mas o que é preciso ver é que, na comparação com os meses de janeiro da série histórica, esta (a taxa de janeiro de 2011) é a menor taxa de desocupação da série", observou. "Este janeiro é melhor do que o mês de janeiro do ano passado, o que representa uma continuidade daquela trajetória de redução da população desocupada, descontado efeitos sazonais", completou. O rendimento médio real dos trabalhadores registrou variação positiva de 0,5% em janeiro ante dezembro, e aumento de 5,3% na comparação com janeiro do ano passado. População ocupada A população ocupada nas seis principais regiões metropolitanas do País foi de 22,08 milhões de pessoas em janeiro deste ano. Isso representa uma queda de 1,6% ante dezembro do ano passado, mas uma alta de 2,2% ante janeiro de 2010. Já a população desocupada, ou seja, sem emprego, foi de 1,423 milhão de pessoas em janeiro deste ano, o que representa uma alta de 13,7% na comparação com dezembro do ano passado e recuo de 15,6% ante janeiro de 2010. Ainda segundo o instituto, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado foi de 10,474 milhões de pessoas em janeiro deste ano. É uma estabilidade ante dezembro de 2010 e uma elevação de 6,6% ante janeiro de 2010. Rendimento é recorde para o mês O rendimento médio real dos trabalhadores em janeiro deste ano, que foi de R$ 1.538,30 nas seis principais regiões metropolitanas do País, foi o mais elevado valor para o mês da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), iniciada em março de 2002. O gerente da PME, Cimar Azeredo, destacou que, mesmo com o avanço da inflação nos últimos meses do ano passado, e no começo deste ano, o trabalhador brasileiro mostrou saldo positivo na renda, com altas de 0,5% na renda em janeiro deste ano contra dezembro de 2010; e aumento de 5,3% contra janeiro de 2010. Para o especialista, os aumentos apurados na renda do trabalhador refletem a saída dos trabalhadores temporários do mercado de trabalho, de dezembro de 2010 para janeiro de 2011. Ele explicou que este tipo de trabalhador ganha menos do que um trabalhador já efetivado, o que puxa para baixo a média dos ganhos do trabalhador. "Mesmo com o avanço da inflação, a renda aumentou devido a retirada destes trabalhadores temporários do mercado de trabalho", resumiu. Massa de renda A massa de renda média real habitual dos ocupados somou R$ 34,6 bilhões em janeiro deste ano, com queda de 0,8% ante dezembro, e aumento de 8,4% em relação a janeiro de 2010. Já a massa de renda média real efetiva dos ocupados foi estimada em R$ 42,9 bilhões em dezembro do ano passado, com alta de 18,3% ante novembro e aumento de 8,6% na comparação com dezembro de 2009. O rendimento médio real efetivo sempre se refere ao mês anterior ao da PME.

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