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Desigualdade de renda é recorde em 2019, mas índice teve melhora no fim do ano

Na série trimestral o Gini registrou a primeira queda no quarto trimestre de 2019, interrompendo uma sequência de 18 trimestres seguidos de avanços

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

A desigualdade de renda proveniente do mercado de trabalho alcançou patamar recorde no ano de 2019. No entanto, houve melhora na reta final do ano, sinalizando que o pior momento pode ter ficado para trás, segundo cálculos do economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social, obtidos em primeira mão pelo Estadão/Broadcast.

“Estamos no ápice de uma ladeira, não sabemos se vai acelerar. Mas, pela tendência dos últimos trimestres, parece que pode começar a descida”, avaliou Marcelo Neri, que foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

Na comparação trimestral, o Índice de Gini da renda do trabalho vinha crescendo desde o segundo trimestre de 2015 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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Na série anual, iniciada em 2012, o Índice de Gini - indicador de desigualdade de renda – referente ao rendimento domiciliar per capita obtido do trabalho subiu a 0,629 no ano de 2019 ante 0,6279 em 2018. O Índice de Gini mede a desigualdade numa escala de 0 a 1. Quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração de renda.

Na série trimestral, porém, o Gini registrou a primeira queda no quarto trimestre de 2019, interrompendo uma sequência de 18 trimestres seguidos de avanços, ou seja, de aumento na desigualdade. O Gini passou de 0,6284 no terceiro trimestre de 2019 para 0,6276 no quarto trimestre do ano.

“A boa notícia é que a desigualdade parou de aumentar”, apontou Neri.

Na comparação trimestral, o Índice de Gini da renda do trabalho vinha crescendo desde o segundo trimestre de 2015, calculou Marcelo Neri. No quarto trimestre de 2019, houve ligeiro recuo de 0,12%.

Na série anual, a desigualdade também crescia desde o ano de 2015. Em 2019, houve um avanço médio de 0,17%.

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O levantamento leva em consideração os microdados sobre rendimentos e ocupação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o diretor da FGV Social, o aumento na concentração de renda já vinha perdendo fôlego, com ritmo de crescimento cada vez menor, até praticamente estacionar no terceiro trimestre do ano passado. O resultado do último trimestre de 2019 foi o primeiro em que houve queda de fato.

“Está caindo muito pouco, mas está no azul”, disse Neri. “A renda per capita do trabalho está crescendo, não tanto quanto há um ano, mas é uma boa notícia”, completou.

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