08 de agosto de 2015 | 03h00
Por isso, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou na última quarta-feira que o governo decidiu desligar 21 usinas termoelétricas a partir de hoje, atendendo a uma recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Como a energia gerada pelas térmicas é bem mais cara do que a proveniente das hidrelétricas, a medida deve proporcionar uma economia de R$ 5,5 bilhões até o fim do ano. Para o CMSE, o risco de déficit de energia nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, mais afetadas pela seca, é praticamente zero.
Como fundamento da decisão, Braga citou, além da queda do consumo, o regime de chuvas no Centro-Sul e o recorde de geração de energia eólica no Nordeste. O governo está confiante de que, até novembro, o nível dos reservatórios das hidrelétricas nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste ficará em torno de 30%, nível considerado satisfatório, levando em conta também a energia gerada de outras fontes.
O que se constata é que, com a política anterior de manter todas as usinas térmicas em operação, foi possível poupar energia das hidrelétricas. O nível dos reservatórios dessas usinas, que estava em 33,5% em abril, subiu para 37,5% em julho. Cuidadoso, o governo ainda manterá em operação usinas térmicas, que fornecem 10 mil MW médios, desligando apenas as mais onerosas.
Nada muda, porém, para o consumidor, que tem arcado com os sucessivos aumentos das contas de luz. O ministro evitou fazer previsão sobre a troca da bandeira vermelha nas contas de luz, que acarreta um custo adicional de R$ 5,50 para cada 100 kWh de consumo, pela amarela (acréscimo de R$ 2,50 por 100 kWh). Isso vai depender da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que só examinará o efeito da medida no momento de fazer o cálculo do reajuste anual das tarifas cobradas pelas distribuidoras.
De qualquer modo, ao reduzir o custo da energia para as distribuidoras, a medida contribui para resolver seus problemas financeiros.
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