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'Deslize' de Amorim poderia enfraquecer negociações

Por JAMIL CHADE
Atualização:

O governo brasileiro alerta que os Estados Unidos estão usando as declarações do chanceler Celso Amorim sobre o nazismo para tentar enfraquecer a posição do Itamaraty nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ontem, o chanceler Celso Amorim acusou os países ricos de estar usando técnicas de desinformação dos Nazistas nas negociações. O governo americano reagiu irritado, principalmente diante do fato de que a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, é filha de sobreviventes do Holocausto. O caso quase gerou um incidente diplomático. Amorim confirmou que não teve a intenção de ofender, mas repetiu o que disse e não retirou seu comentário de que os países estariam repetindo mentiras sobre o Brasil até que esses "mitos" se transformem em realidade. "A repetição de distorções leva a pensar que elas são verdadeiras", afirmou o ministro. "No Brasil sempre se fala isso sem qualquer problema", disse. Para Amorim, o uso de seu deslize pelos americanos teria a função de afetar sua credibilidade em uma semana crucial na OMC. Ontem, a União Européia também emitiu uma resposta, qualificando as declarações de Amorim como sendo de "mal gosto" e "lamentáveis". Mais tarde, o comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, pediu para que o tema fosse esquecido. Nos últimos dias, Europa e Estados Unidos tem pressionado os países emergentes a fazerem concessões para que possam abrir seus mercados agrícolas.

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