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Despesa com juros vai a R$ 15,69 bilhões, recorde para agosto

Crescimento do valor nominal da dívida pública, inflação e maior parcela de títulos prefixados explicam alta, afirma BC

Por Fabio Graner , Fernando Nakagawa e BRASÍLIA
Atualização:

As despesas com juros do setor público em agosto atingiram a marca de R$ 15,69 bilhões, recorde para o mês desde o início da série divulgada pelo Banco Central, em 2001. Também foram recordes os valores desembolsados aos credores da União, Estados, Municípios e empresas estatais no acumulado do ano (R$ 123,79 bilhões), e nos 12 meses encerrados em agosto (R$ 184,63 bilhões). O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, explicou que o pagamento de juros aumentou por uma série de fatores. Um deles é o próprio crescimento do valor nominal da dívida pública.Como o conjunto dos governos no Brasil não consegue fazer economia fiscal suficiente para pagar toda sua despesa com juros, o setor público tem que fazer dívida para honrar seus compromissos.Com dívida crescente, a tendência do gasto com juros é crescente, mesmo com o País operando com níveis historicamente mais baixos para a taxa básica de juros (Selic). A inflação, que remunera parte relevante dos títulos públicos, é outro fator. Com índices de preços mais salgados, o custo para o governo em seus títulos atrelados à inflação aumenta.Conta de juros. Também pesa neste ano na conta de juros o fim da rentabilidade gerada pelos contratos de swap cambial (operações equivalentes a venda de dólar no mercado futuro) em 2009. Com a valorização do real, essas operações que geravam receitas de juros para o governo não estão repetindo o desempenho em 2010. De janeiro a agosto de 2009, os contratos de swap geraram receita de R$ 3,2 bilhões aos cofres do Tesouro Nacional. Outro fator que sustenta uma alta carga de juros é a maior participação de títulos prefixados (cuja rentabilidade é definida na venda do título) no estoque da dívida. Esses papéis, como têm taxa fixa, fazem com que o volume de despesas com juros se mantenha em determinado patamar por mais tempo mesmo que a taxa Selic caia, como ocorreu no ano passado. Recordes. O setor público também teve recordes nos números do resultado fiscal nominal (receitas menos despesas incluindo juros).O déficit nominal em agosto somou R$ 10,48 bilhões, o pior para o mês na série. Em oito meses, o rombo soma R$ 76,01 bilhões e no acumulado em 12 meses, R$ 115,80 bilhões. Nos dois casos, novos recordes históricos.Mesmo porcentualA dívida líquida do setor público fechou o mês de agosto correspondendo a 41,4% do PIB, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O porcentual é idêntico ao verificado em julho.

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