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Despesa de empresas federais com empréstimos dobrou em 5 anos

Por Agencia Estado
Atualização:

As despesas das empresas federais com pessoal caíram de 12,9% do total de despesas em 1997 para 3,5% em 2002, segundo pesquisa de empresas públicas relativa a 2002 divulgada hoje pelo IBGE. Houve redução também do consumo de bens e serviços dessas empresas, de 19,41% para 10,98%. Por outro lado, as despesas com intermediação financeira (empréstimos) das empresas federais praticamente dobrou no período, passando de 35,5% em 1997 para 66,5% em 2002. A pesquisa mostrou também que, no total da receita das empresas públicas federais, as empresas financeiras (bancos federais, como CEF e Banco do Brasil) respondiam por 49,5% do total em 1997, chegando a 73% em 2002. Por outro lado, a receita com comunicações, como resultado da privatização das empresas do grupo Telebrás em 1998, passou de 16,7% em 1997 para 1,1% em 2002. A pesquisa mostra ainda que 133 empresas estatais foram privatizadas entre 1997 e 2002. Segundo o IBGE, a atividade empresarial do governo era representada, em 2002, por 256 empresas não-financeiras das esferas federal, estadual e dos municípios das capitais, e 53 empresas financeiras, como os bancos federais - Banco do Brasil, Banco Central do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste do Brasil, o Instituto de Resseguros do Brasil, os bancos estaduais comerciais e de desenvolvimento, as caixas econômicas estaduais e as companhias seguradoras dos governos estaduais. Esforço de ajuste fiscal A análise dos indicadores de finanças públicas para o ano de 2001 aponta para a manutenção do esforço de ajuste fiscal do País, segundo revela pesquisa sobre a execução orçamentária da administração pública brasileira naquele ano, também divulgada hoje pelo IBGE. A pesquisa destaca que, no caso do governo federal, o superávit primário avançou de 0,30% em 1998 para 1,61% em 2001. Mas, apesar do aumento do superávit, o resultado fiscal do governo foi negativo naquele ano, com déficit de 0,12% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, as despesas com juros da dívida pública alcançaram, em 2001, R$ 60,2 bilhões, representando um aumento de R$ 12,5 bilhões em relação a 2000. Esse crescimento ocorreu, segundo destaca o IBGE, por causa do aumento da taxa de juros Selic para conter o processo inflacionário naquele ano e, ainda, à desvalorização do real no período. No caso dos governos estaduais, o instituto observa que os Estados passaram de um déficit primário de 0,75% do PIB em 1998 para um superávit primário de 0,67% em 2001. A melhoria é atribuída a uma política fiscal voltada para o esforço de buscar o equilíbrio nas contas públicas, com contenção de despesas e aumento da arrecadação. Já os governos municipais ampliaram o superávit primário de 0,05% do PIB em 1998 para 0,50% em 2001. "Este aumento da contribuição dos governos municipais no esforço de ajuste fiscal foi possível pelo aumento nominal de 16,1%, ou de R$ 13,2 bilhões na sua receita primária", explicam os técnicos do IBGE no documento de divulgação da pesquisa. A maior parcela deste aumento ocorreu com o crescimento da receita de transferências recebidas pelos municípios dos governos estadual e federal.

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