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Destravamento do crédito leva a 3a disparada seguida da Bovespa

Por ALUÍSIO ALVES
Atualização:

As iniciativas de governos para destravar o crédito internacional voltaram a ofuscar os sinais de recessão, levando a Bolsa de Valores de São Paulo para a terceira sessão seguida de potente alta. Com um salto de 7,47 por cento, o Ibovespa, índice com as 66 ações mais negociadas, alcançou os 37.448 pontos. Desde terça-feira, o índice já avançou 27 por cento. Ainda assim, o indicador começará a última sessão de outubro com uma queda acumulada de 24 por cento no mês, uma das maiores da história. A soma de valorização dos ativos com ritmo intenso de negócios levou o giro financeiro desta quinta-feira a 5,25 bilhões de reais, o maior em 10 sessões. Animados com os múltiplos esforços de governos no mundo todo para amortecer os efeitos da crise financeira sobre a economia, os investidores foram novamente às compras. Depois de o Federal Reserve ter reduzido na véspera o juro norte-americano em 0,5 ponto, para 1 por cento ao ano, nesta quinta-feira Japão e Alemanha anunciaram pacotes de crédito que, juntos, somam 83 bilhões de dólares, para tentar conter os impactos da crise financeira sobre suas economias. Além disso, o progressivo destravamento das operações de crédito entre bancos e empresas manteve aberto o apetite de investidores para ir à caça de ações que haviam sido severamente castigadas nas últimas semanas. Em Wall Street, isso se traduziu numa alta de 2,1 por cento do índice Dow Jones, que retomou o patamar dos 9 mil pontos. O S&P 500 cresceu 2,58 por cento. Na Bovespa, um dos alvos preferenciais de compras foi setor financeiro. Bradesco disparou 12,3 por cento, a 25,88 reais, enquanto Itaú cresceu 10,6 por cento, para 23,84 reais. Mesmo a queda nos preços de commodities, como petróleo e metais, não esfriou o otimismo com as blue chips do mercado doméstico. Petrobras teve expansão de 6,8 por cento, a 22,85 reais, e Vale evoluiu 7,2 por cento, fechando o dia a 25,20 reais. "Estamos saindo do pânico para o pessimismo", resumiu Álvaro Bandeira, diretor da corretora Agora. Tudo isso, mesmo depois de sinais cada vez mais fortes de recessão mundial. O principal deles foi o PIB americano do terceiro trimestre, que registrou retração de 0,3 por cento. Antes, já se tornara conhecido que a confiança econômica da zona do euro caiu em outubro para o menor patamar desde 1993. Os estrangeiros, que já retiraram 5 bilhões de reais da bolsa paulista nos primeiros 27 dias de outubro, voltaram à ponta compradora. Uma das líderes de ganhos foi CCR, com ganho de 19,6 por cento, a 19,92 reais. Em relatórios, analistas consideraram positivo a companhia ter perdido a disputa no leilão de venda de concessões de estradas em São Paulo. Com a disputa acirrada, os especialistas consideraram que o preço oferecido pelas vencedoras oferece baixa rentabilidade, o que poderia prejudicar a avaliação de CCR, caso esta vencesse.

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