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Desvalorização do real faz dólar subir no Chile

Por Agencia Estado
Atualização:

A desvalorização do real, que está sendo negociado a R$ 3,03 por dólar, fez subir a taxa de câmbio no Chile. Esse fenômeno, de acordo com analistas chilenos, se repetiu nos últimos quatro dias. Enquanto e dólar vinha apresentando no Brasil uma valorização de 2,27% até por volta das 15h, no Chile a moeda norte-americana fechou com valorização de 0,5%. Hoje, o câmbio chileno disparou para 704,0 pesos para compra e 704,5 pesos para venda, depois de ter fechado na quarta-feira a 700,3 pesos para compra e 700,8 para venda, patamar que não alcançava havia mais de duas semanas. "Sem a pressão do real, o câmbio no Chile poderia estar em seu valor de equilíbrio de 680 pesos por dólar", disse à Agência Estado um analista do mercado financeiro chileno. Desde o início do ano, a moeda chilena se depreciou quase 7%, passando de 661 pesos, no início de janeiro, para 704,5 nesta quinta-feira. A situação da economia internacional, de acordo com essa fonte, faz prever que a moeda chilena possa vir a mostrar ainda uma forte volatilidade. Outros analistas acreditam que o câmbio poderá permanecer em torno de 700 pesos por dólar, mas em um cenário de crise maior poderá bater nos 730 pesos até dezembro. A questão, porém, é que não é só o cenário externo que vem pesando no cambio chileno. As baixas expectativas de crescimento econômico para este ano e o reduzido ingresso de capitais estrangeiros também vão incidir no comportamento do peso chileno. Os analistas acreditam, no entanto, que a volatilidade da moeda não deve ter um impacto na inflação, que nos últimos 12 meses, chegou a 2,2%, ainda dentro da meta do Banco Central (entre 2% e 4%) este ano. "Ocorre que a demanda interna encontra-se bastante contraída", disse o analista. Apesar de o BC ter cortado a taxa de juros já cinco vezes no ano, as expectativas de crescimento continuam reduzidas. Enquanto se esperava uma expansão de 3,5% para este ano, o governo revisou essa taxa para 3,2%. Economistas independentes consultados pelo Banco Central chileno estimam, porém, que o Chile não dever crescer mais do que 2,7%. No início do mês, o ministro de Economia, Nicolás Eyzaguirre, chegou a indicar na Comissão de Economia do Congresso que um dois fatores para essa revisão era a crise internacional e a dos seus vizinhos, Brasil e Argentina. A previsão do déficit público também chegou a ser revisto de 0,3% do PIB para 0,7%.

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