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Desvios do Noroeste são investigados na Inglaterra

Por Agencia Estado
Atualização:

Os advogados que investigam o desvio de US$ 242 milhões do Banco Noroeste (atualmente Banco Santander) conseguiram obter o congelamento de ativos e contas correntes avaliadas em vários milhões de dólares no Reino Unido. Segundo revelou hoje o jornal The Times, a investigação que já dura cinco anos sobre a "maior operação de lavagem de dinheiro do mundo" revelou uma rede de transações envolvendo várias empresas e bancos. Uma petição apresentada no Tribunal Superior de Londres pelos advogados que representam os acionistas do Banco Noroeste informa que cerca de US$ 40 milhões do total do dinheiro roubado foram transferidos para empresas e bancos do Reino Unido. Cerca de US$ 8 milhões, por exemplo, foram depositados em 1997 na agência do banco Barclays no bairro de Docklands, na capital britânica. A conta do Barclays era controlada por uma casa de câmbio baseada na Nigéria, a MacDaniels Limited. O dinheiro foi usado no Reino Unido para comprar relógios Rolex incrustrados de diamantes e móveis franceses para os supostos autores da fraude. Embora o faturamento da MacDaniels seja de apenas cerca de US$ 20 mil por ano, o Barclays aceitou os depósitos, que foram originados na divisão do Banco Noroeste nas Ilhas Cayman. Os US$ 8 milhões foram sacados quase imediatamente após serem depositados na agência do banco britânico. O Barclays se negou a comentar o assunto. "Não vamos fornecer detalhes pois temos de manter a confidencialidade de nossos clientes", disse à Agência Estado um porta-voz do banco. "Mas sempre tomamos todas as medidas possíveis para evitar que casos de lavagem de dinheiro ocorram", completou. Segundo o The Times, a fraude envolveu duas pessoas que fingiram ser um governador e vice-governador da Nigéria. Os escritórios de advocacia William Richey, de Miami, e Peters & Peters, de Londres, estão tentando recuperar o dinheiro para os acionistas do Banco Noroeste. Na semana passada, os advogados obtiveram mandados para o congelamento dos ativos no Reino Unido, incluindo casas localizadas nos bairros londrinos de Regent´s Park, Finchley, Golders Green e Hendon. Contatado pela Agência Estado, o Tribunal Superior de Londres informou que o conteúdo do processo é confidencial.

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