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Detox digital é novidade para quem quer férias longe do wi-fi

Fios de cobre nas paredes dos quartos garantem sossego livre de e-mails e mensagens de celular

Por B. R.
Atualização:
Quartos são isolados de qualquer sinal de celular Foto: Economist.com

Aqueles que viajam a negócios nunca se divertem mais do que ao se queixar que, com os smartphones e laptops, eles agora estão sempre à disposição do trabalho. 

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Não resta dúvida que as comunicações da modernidade podem ser tirânicas. Mas há também algo de desonesto nesse lamento. Quantas vezes já estivemos num jantar com alguém que olha instintivamente para seu smartphone a cada cinco minutos? Isso não é tirania, e sim vício. Pode chegar até o ponto de uma compulsão.

Sou tão culpado deste pecado quanto os demais. Como tantos outros, conferir no celular se não há novos e-mails é a última coisa que faço antes de dormir, e também a primeira coisa que faço ao acordar. 

Os únicos momentos nos quais insisto em ficar isolado do escritório são as férias. Nessa época, minha lei é nunca verificar como anda o trabalho, sabendo que se algo absolutamente urgente surgir, minha chefe pode me telefonar. 

Apesar de acreditar na minha própria indispensabilidade, ela ainda não precisou recorrer a isso. Mas a razão de eu ter criado a lei em primeiro lugar é o fato de a compulsão de checar os e-mails ser forte demais.

Tudo isso indica que não podemos confiar em nós mesmos; e não é o escritório que exige nossa constante disponibilidade, e sim nossa própria fraqueza. 

O que torna interessante a ideia explorada atualmente na Villa Stephanie, um spa de alto padrão em Baden-Baden, Alemanha. Os quartos deste retiro têm fios de cobre nas paredes, garantindo aos hóspedes que nenhum sinal de wi-fi seja capaz de alcançá-los, seja do hóspede, do hotel ou de um vizinho de quarto. 

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O retiro explica que isso “vai permitir que os hóspedes façam um detox digital sem a tentação de encontrar um sinal por perto”.

É uma solução moderna para um problema moderno. Levando-se em consideração a fragilidade da nossa força de vontade, a ideia me parece ótima. 

O que me preocupa é pensar que, como um junkie passando pela fase de abstinência, a ansiedade de não encontrar um sinal wi-fi será mais estressante do que romper o elo com o trabalho.

© 2014 The Economist Newspaper Limited. Todos os direitos reservados.

Da Economist.com, traduzido por Augusto Calil, publicado sob licença. O artigo original, em inglês, pode ser encontrado no site www.economist.com

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