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Dia começa com dólar vendido a R$ 3,2200

A pressão sobre as cotações só tende a diminuir com o fechamento de um acordo com o FMI. Na abertura, o dólar era vendido a R$ R$ 3,2200, em alta de 0,94%.

Por Agencia Estado
Atualização:

A alta do dólar ontem, de 5,80%, só foi ultrapassada em dois momentos, ambos em janeiro de 1999, quando ocorreu a mudança da política cambial pós-real. Isso mostra o tamanho do nervosismo do mercado neste período que antecipa as eleições presidenciais. Na abertura, às 10H02, o dólar comercial para venda estava sendo cotado a R$ 3,2200, em alta de 0,94% em relação ao fechamento de ontem. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), pagavam taxas de 26,300% ao ano, frente a 25,430% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrava alta de 0,30%. Os analistas não alimentam expectativas de mudanças nesse ambiente, a menos que o governo consiga fechar um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) às vésperas de uma troca de governo. Isso foi feito antes em outros países, mas os candidatos à presidência participaram da assinatura do compromisso, o que não deve acontecer no Brasil. Caminhando nesse sentido, o governo envia hoje à noite uma missão ao FMI para dar continuidade às negociações que o presidente do Banco Central , Armínio Fraga, já teria iniciado em sua última viagem aos EUA. Essa viagem da missão foi acertada ontem pelo ministro Pedro Malan e membros do Fundo sinalizando que o Brasil quer acelerar o anúncio das medidas. Alguns especialistas ainda recomendam que, até conseguir avanços junto ao Fundo, o governo adote medidas paliativas como o aumento da ração diária de venda de dólares e alterações nas regras de posições compradas de bancos. Enquanto essas coisas não ocorrerem, no entanto, a maior parte dos especialistas só vê uma trajetória para a cotação do dólar: a alta. Até porque, a demanda por dólares, principalmente para o pagamento de compromissos externos que estão vencendo só cresce, sem que haja a contrapartida de entradas. O comércio exterior continua sentindo a falta de linhas de crédito e o câmbio dos exportadores está, praticamente, sendo fechado às vésperas dos embarques das mercadorias, segundo operadores. Entradas financeiras estão praticamente zeradas. As últimas foram feitas justamente para repasse aos exportadores, mas o alívio foi pequeno.

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