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Dia de calmaria nas bolsas assusta...

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Por Redação
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Pois é, depois dos dias de horror da semana passada, os mercados internacionais abriram ontem com uma dose de tranqüilidade quase assustadora. A sensação é que os mercados "deram um tempo" para se recuperar da forte ressaca gerada pela turbulência e buscavam novo fôlego. O BC do Japão começou o "dia" colocando US$ 5,09 bilhões em operações para manter a taxa de juros de referência do overnight, pouco mais da metade do que havia disponibilizado na sexta-feira. O resultado não foi tão visível já que, concomitantemente, foi anunciada uma desaceleração da economia por lá. Já o BC da Inglaterra informou que seus instrumentos ofertados para dar liquidez ao sistema ainda não foram utilizados, mas que continuam disponíveis: a bolsa inglesa subiu quase 3%. O BCE alocou US$ 65 bilhões, bem menos que na semana passada, e tanto a Bolsa de Paris quanto a de Frankfurt refletiram maior firmeza, acusando 2% de alta. Na Austrália, o índice da bolsa local ficou positivo em 1,3%, depois de ter registrado uma queda de 3,7% na sexta-feira, a maior em seis anos. Na Coréia do Sul, a alta foi de 1,6%. E o Fed fez uma operação de US$ 2 bilhões, trazendo de volta a taxa de juros dos Fed funds para a meta de 5,25%, após terem aberto o dia a 5,62%. O Dow Jones e o Índice Nasdaq fecharam em queda mínima. O pior já passou? O economista brasileiro José Scheinkman, radicado na Universidade de Princeton, não arrisca uma previsão. "O spread do crédito hoje é o mais baixo da sua história, é natural que passe por um ajuste", disse ontem, de NY. E, nesse processo de ajuste, problemas como os da semana passada são esperados. A previsão do FMI, de que o mundo crescerá 5,2% este ano, se mantém? "Ela é tão boa quanto qualquer outra", sugere Scheinkman, para quem os ciclos de crescimento econômico ainda não foram abolidos. "Este ciclo é o mais longo da história que se conhece; mas, em algum momento, a desaceleração virá, não há dúvida." Ele lembra que, quando do estouro da bolha tecnológica, a percepção de alguns economistas - não a dele - era de que algo havia mudado nos ciclos. Esta percepção acabou se mostrando errada. Para o ex-BC Gustavo Franco, é muito pequena a possibilidade dos hedge funds, em dificuldades por causa dos prejuízos sofridos pelo impacto dos subprimes, chegarem a contaminar os bancos de uma maneira significativa. "Na última crise internacional, deflagrada pela quebra do LTCM, aprenderam-se algumas lições. Uma delas fez com que os bancos centrais passassem a exigir dos bancos reservas suficientes para créditos de alto risco." Isto é, os bancos têm funding para tanto, diferentemente dos hedge funds que, com cláusulas de resgate semestrais ou anuais, não possuem reservas para 20 anos, tendo que ser socorridos pelo Fed e o BCE. FRENTE FRANCO 2 No entanto, é praticamente impossível quantificar hoje as perdas pelo mercado. "Estamos em um transatlântico, com um mecânico trabalhando em um defeito no oitavo subsolo", exemplifica o economista, que hoje lança em São Paulo, seu livro A economia em Pessoa, na Livraria da Vila, cujos direitos autorais serão cedidos ao Instituto Superior de Educação Pró-Saber. AMPLIAÇÃO Nizan Guanaes, Guga Valente e Bazinho Ferraz (CEO da B/Ypy) anunciam amanhã a criação da Hello, agência de marketing para a internet, com dois novos sócios, que eram diretores da Africa: Alexandre Grynberg e Suzana Apelbaum. Mais Alexandre Santos, ex-Agência Click. E também a compra de três novas empresas. Entre elas, uma da área de marketing esportivo. FIM? Depois de muitas brigas, o julgamento de mérito do caso Fosfértil - que envolve Bunge e Mosaic - está previsto para acontecer hoje. PÃO NOSSO Os preços dos produtos nas padarias registraram alta de 3,28% em julho, segundo dados do Índice de Preços no Varejo, que a Fecomércio SP divulga hoje. Motivo: repasses do aumento de cerca de 10% no preço do trigo, decorrência de estoques reduzidos e da troca do trigo argentino, cujas exportações estão suspensas, pelo de outros países, que não têm o benefício da isenção da TEC. PRÊMIO Celso Martone, do Departamento de Economia da FEA/USP, foi escolhido "Economista do Ano", pela Ordem dos Economistas do Brasil. A festa de entrega será dia 20, no Rosa Rosarum. SP HOTÉIS Caio Luiz de Carvalho, da São Paulo Turismo, acaba de receber os números de julho da hotelaria paulistana. Apesar da crise aérea, a média de ocupação dos hotéis de São Paulo bateu em 66,54%, apenas 1% menor que no mesmo período de 2006 (67,72%). SP HOTÉIS 2 Segundo Carvalho, não somente a crise aérea não mudou a realidade turística da capital, como o setor vive hoje um momento muito diferente da dura realidade do fim dos anos 90 e primeiros anos desta década. "Para se ter uma idéia, o período de maior baixa da hotelaria em 2007 - os 56,4% registrados em janeiro - já representa uma taxa de ocupação equivalente à maior alta registrada em 2004", destaca o executivo.

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