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Diante de incerteza, Bolsas asiáticas fecham em forte queda

Agravamento da crise na Europa e novos indícios de recessão nos EUA derruba mercados

Por Cláudia Trevisan e correspondente em Pequim
Atualização:

As Bolsas asiáticas caíram mais de 4% hoje diante do agravamento da crise financeira na Europa e de novos indícios de que a economia norte-americana caminha para uma recessão, apesar do socorro de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso na semana passada. No Japão, segunda maior economia do mundo, o índice Nikkei recuou pelo quarto dia consecutivo e fechou no menor patamar em quase cinco anos. As ações tiveram queda de 4,4%, puxadas por fortes desvalorizações nos papéis de bancos e de empresas exportadoras. A siderúrgica Nippon Steel recuou 8%, em razão da percepção de que o menor nível de atividade econômica vai reduzir a demanda por aço. A divulgação na sexta-feira de que Estados Unidos perderam em setembro o maior número de empregos em cinco anos afetou o humor dos investidores, que temem uma desaceleração acentuada da maior economia do mundo. Ontem foi o 12º dia consecutivo em que o banco central do Japão teve que injetar dinheiro no mercado interbancário, afetado pela redução de liquidez. Com o 1,6 trilhão de ienes emprestados ontem, as intervenções somaram 24 trilhões de ienes (US$ 230 bilhões). O comitê monetário do Banco do Japão iniciou na segunda-feira sua reunião mensal e vai anunciar na terça-feira se mantém a taxa de juros do país em 0,5% _decisão considerada mais provável por analistas de mercado. Depois de registrar alta no fim da semana passada, o mercado de Hong Kong recuou 5% ontem e fechou abaixo dos 17 mil pontos pela primeira vez em três anos. A Bolsa de Xangai reabriu depois de uma semana de feriado e sofreu o impacto da crise, com desvalorização de 5,23%, influenciada principalmente por quedas entre 8% e 10% nas ações dos bancos. Instituições financeiras também lideraram o recuo na Coréia do Sul, onde o mercado acionário caiu 4,3%. Investidores venderam ações do setor depois de o ministro das Finanças, Kang Man-soo, afirmar que os bancos do país estão enfrentando dificuldades para manter liquidez em moeda estrangeira. O ministro repetiu o compromisso de dar às instituições financeiras acesso às reservas internacionais de US$ 240 bilhões da Coréia do Sul. As ações também caíram em Cingapura (5,61%), Taiwan (4,12%) e Indonésia (10,03%).

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