PUBLICIDADE

Dificuldade da indústria automobilística deve ser equacionada até setembro, afirma Dias

Ministro do Trabalho participou de uma reunião com seus pares do Mercosul na qual fechou um documento que busca 'acelerar' a redução da burocracia para a migração de trabalhadores entre os países do bloco

Por João Villaverde
Atualização:
'A situação não vai ficar pior do que está, as coisas vão melhorar', afirmou o ministro Foto: Estadão

BRASÍLIA - O ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou que a situação de dificuldade da indústria automobilística no País deve ser "equacionada" até setembro deste ano, e que, como um todo, a economia brasileira vai iniciar agora uma recuperação. Envolvido nas negociações entre montadoras e sindicatos de metalúrgicos para evitar que as paralisações de fábricas por causa da desaceleração da economia não se configurem em demissões em massa, o ministro afirmou que "a situação não vai ficar pior do que está, as coisas vão melhorar".

PUBLICIDADE

"Esperamos, pelas informações que dispomos, que a indústria automobilística vai equacionar seu problema de excedentes de estoques até setembro. Um país que inaugura quatro montadoras em um ano não pode estar em crise, não é? Quem está em crise é o mundo. Aqui vivemos um período de dificuldades, mas que serão superadas agora no segundo semestre", disse Dias.

Após coordenar reunião entre os ministros de Trabalho dos cinco países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai), realizada em Brasília, Dias afirmou aos jornalistas que o ajuste fiscal em condução pelo governo Dilma Rousseff visa recuperar a capacidade de investimento público.

'Um país que inaugura quatro montadoras em um ano não pode estar em crise, não é? Quem está em crise é o mundo. Aqui vivemos um período de dificuldades, mas que serão superadas agora no segundo semestre' - ministro do Trabalho, Manoel Dias

O ministro também destacou os investimentos que serão feitos pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ao longo de 2015. "Vamos colocar R$ 130 bilhões no mercado este ano. Serão R$ 76 bilhões para a construção da casa própria para a população da baixa renda, R$ 6 bilhões para a faixa de financiamento que criamos para o trabalhador que contribui para o fundo, R$ 10 bilhões ao BNDES, R$ 12 bilhões para o saneamento básico, outros R$ 11 bilhões para obras de mobilidade urbana e outros R$ 10 bilhões para o fundo de investimento, o FI-FGTS", disse Dias. 

Avanço no Mercosul. Nesta sexta-feira, os cinco ministros de Trabalho dos governos do Mercosul fecharam um documento que servirá como base para a reunião de cúpula do bloco que ocorrerá em Brasília no dia 17 de julho. O documento busca "acelerar", segundo Dias, a redução da burocracia para a migração de trabalhadores entre os países do Mercosul. "Discutimos uma permanência fácil dos imigrantes dentro dos países, com ida e vinda de trabalhadores facilitada, com respeito aos direitos trabalhistas independente de onde o trabalhador estiver desempenhando suas funções aqui na região". 

Dias, defendeu que os sindicatos dos cinco países do Mercosul fechem acordos coletivos regionais. Nas negociações de acordos coletivos são discutidas questões como reajustes salariais, mas também condições de trabalho, carga horária, entre outros pontos. "A ideia é que a negociação não se faça apenas dentro do país, como é hoje, mas sim regionalmente", disse Dias, ao término da reunião entre os ministros do bloco.

Questionado sobre como este plano poderia funcionar, o ministro do Trabalho deu como exemplo a categoria dos metalúrgicos. "Um acordo fechado por sindicato de metalúrgicos com as empresas no Brasil pode ter a participação de sindicatos dos outros países, e vice-versa", disse Dias. Segundo o ministro, a ideia é fortalecer os sindicatos. "Queremos ampliar o poder dos sindicatos e seu poder de negociação em nível regional", disse.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.