27 de março de 2012 | 07h43
Segundo o Banco Mundial, 42% da população está abaixo da linha da pobreza, ganhando menos de US$ 1,25 por dia. Isso significa 450 milhões do 1,2 bilhão de habitantes que vivem em um país com pouco mais de um terço do território brasileiro.
Com inflação e déficit fiscal crescentes e previsão de crescimento para o próximo exercício na casa dos 7%, a Índia que sediará a 4.ª reunião dos Brics, grupo que reúne os emergentes Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul, está muito mais sensível à crise econômica que domina a Europa. Mesmo com o seu crescimento baseado no consumo interno, a Índia tem indicadores sociais comprometedores.
Mais de 90% dos 500 milhões de trabalhadores do país vivem na informalidade. A Índia não possui leis trabalhistas e uma empregada doméstica ganha US$ 80 por mês, em média. Muitas delas são crianças pobres que saem dos vilarejos do interior para trabalhar na capital, muitas vezes em regime de quase escravidão, situação que já se reverteu na maioria das capitais brasileiras.
Um dos mais graves problemas da Índia, que trava o crescimento, é a falta de energia elétrica. Pelo menos 400 milhões de indianos não têm energia elétrica em suas casas. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cobertura atingiu 97,8% dos domicílios em 2011. A Índia importa 85% do petróleo cru que usa e é o sexto maior consumidor de energia do mundo. Mas a principal fonte energética é o carvão. O governo anunciou a pretensão de gastar US$ 1 trilhão em infraestrutura nos próximos cinco anos, parte disso vindo de parcerias público-privadas. A cada dia, no entanto, essa se torna uma promessa mais difícil de ser concretizada, com o crescimento caindo ano a ano.
O analfabetismo é de 26%, segundo o último censo. No Brasil, esse índice é de pouco mais de 9%. Na China, parceiro principal da Índia, e com quem o governo central adora se comparar, a taxa de alfabetização é de 96%. Saúde e educação também são consideradas de má qualidade e são alvos de protestos por parte da população. A maior parte do serviço de saúde é privatizada.
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