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Dilma: decisão sobre retomada de Angra 3 não está madura

Segundo a ministra chefe da Casa Civil, o governo ainda está discutindo o assunto

Por Agencia Estado
Atualização:

A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse nesta segunda-feira que ainda não está madura, dentro do governo, a decisão sobre a retomada da instalação da Usina Nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro. Segundo a ministra, o governo ainda está discutindo o assunto. Dilma participa nesta tarde da reunião do Conselho da Petrobras, na sede da empresa em Brasília. Participam também os ministros da Fazenda, Guido Mantega e de Minas e Energia, Silas Rondeau. Na reunião os conselheiros deverão avaliar o balanço financeiro de 2006 da estatal, que será divulgado nesta terça-feira ao mercado. No domingo, o Estado publicou uma reportagem em que descreve o programa de energia nuclear ao qual teve acesso, já encaminhado para avaliação do governo, segundo o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Gonçalves. A proposta de retomada dos investimentos em energia nuclear no Brasil prevê, além da conclusão de Angra 3, uma nova usina a cada três anos, até que a tecnologia responda por 5% do parque gerador. Está prevista a construção de 4 a 6 usinas, a partir da próxima década, até 2030, em duas centrais de porte semelhante à de Angra dos Reis. A viabilidade do programa, porém, depende da decisão sobre a retomada das obras de Angra 3, remanescente do programa nuclear da década de 70, com capacidade de 1,3 mil megawatts (MW). O tema seria discutido em reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no dia 31, que foi adiada. No setor, é dada como certa a aprovação de Angra 3 na próxima reunião do CNPE, o que abriria espaço para as discussões sobre as novas centrais. ?Está na hora de o Brasil debater o tema?, concorda o físico Luiz Pinguelli Rosa, do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Atualmente, a ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, é a única voz contrária à conclusão do projeto no conselho, formado por sete ministros, um representante dos Estados e dois da sociedade civil. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria mudado de opinião após a divulgação de novos cálculos sobre o preço da energia de Angra 3, a R$ 138 por MWh, próximo dos padrões dos últimos leilões de energia.

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