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Dilma descarta nacionalização e quer capital estrangeiro

Por Kelly Lima
Atualização:

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse hoje que o Brasil quer investimentos de empresas estrangeiras. Foi parte de resposta a uma pergunta sobre se a descoberta da reserva de petróleo e gás na Bacia de Santos poderia fazer o Brasil seguir o exemplo de países como Venezuela e Bolívia, que promoveram uma nacionalização de ativos de empresas estrangeiras do setor, que atingiu, inclusive, a Petrobras naqueles países. "Não acho que é essa a questão. Nós somos diferentes (dos países vizinhos). Isso não significa que somos soberbos, mas somos um país de grande crescimento e com enorme potencial de crescimento, uma democracia, que sabe agora que pode negociar de igual para igual com qualquer país", afirmou, acrescentando que o País quer receber investimentos estrangeiros. A ministra, porém, disse também que "enquanto não soubermos como vamos nos conduzir, seria leviandade da minha parte dar hipóteses. A resposta vai exigir um estudo muito maior". Dilma queixou-se da imprensa dizendo que quando o governo adiou o leilão das concessões rodoviárias, realizado no mês passado, "falavam que nós tínhamos ''chavezado'' (referência ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez), que era viés estatizante do governo". Depois, o leilão foi feito e, de acordo com ela, foi "mais competitivo e mais benéfico para o consumidor". De acordo com Dilma, "não há viés (estatizante)". A ministra considera que a retirada de 41 dos 312 blocos da 9ª Rodada de licitação de blocos para exploração e produção da Agência Nacional de Petróleo (ANP) significa que o governo percebeu "que há uma riqueza significativa para o País". Todos os blocos retirados estavam no tipo classificado como de "elevado potencial", que antes da medida totalizavam 120 blocos, informou Dilma. "Permanecem mais da metade (dos blocos desse tipo na 9ª Rodada)". Projeto para 2010 O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella disse que existe a possibilidade de um projeto piloto de produção para o campo de Tupi já a partir de 2010 ou 2011, com a produção de 100 mil barris por dia. Ele citou também o fato de haver a possibilidade de explorar gás no local, associado ao óleo. "Não há a menor possibilidade de queimar este gás, mas transportá-lo em gasoduto também é difícil, já que estão localizados a mais de 250 quilômetros da costa. Estamos estudando geração de eletricidade flutuante, com térmicas movidas com este gás, que transfeririam eletricidade diretamente por terra, em cabos submarinos", afirmou. Outra idéia, segundo ele, seria a compressão desse gás, ou até mesmo a liquefação para transportá-lo para terra. A Petrobras já detém entre 16% e 18% de todos os blocos localizados na camada pré-sal, segundo o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli. No total, segundo a Petrobras, já foram concedidos cerca de 25% de todos os blocos localizados nesta área. Deste porcentual, a Petrobras possui cerca de 75%, sozinha ou em parcerias, adquiridas em rodadas anteriores da ANP.

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