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Dilma diz que há espaço para construção de hidrelétricas

Por Tania Monteiro
Atualização:

A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que ainda há espaço no País para a construção de hidrelétricas, até mesmo na Amazônia. Mas Dilma ressalvou que, principalmente em relação à região, é preciso que haja uma discussão com todos os setores envolvidos. "Eu acho que essa é uma discussão que o Brasil tem de travar", afirmou.O governo enfrenta dificuldades com as populações indígenas por causa da construção da usina de Belo Monte, no Pará, onde duas invasões foram realizadas para tentar impedir a continuação das obras. Índios de nove etnias estiveram em Brasília nesta terça-feira, 4, para uma audiência com o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, quando pediram a interrupção da construção da hidrelétrica de Belo Monte e de mais duas usinas no Pará - de Telles Pires, em construção, e de Tapajós, ainda em estudo. A administração federal avisou que as obras não serão interrompidas porque o Brasil precisa da energia que será gerada por estas hidrelétricas.Dilma, que defendeu uma solução negociada para os conflitos envolvendo a demarcação de terras indígenas no País, ressaltou que o Poder Executivo cumprirá as decisões judiciais e as leis. Destacou, no entanto, que não só os índios têm de ter os direitos assegurados, mas também todas as diferentes populações que vivem no País. "O Brasil tem uma população indígena, e não podemos negar essa existência, até porque ela é a população originária do Brasil. Isso não significa que outras populações que se estabeleceram no Brasil também não têm direitos. Essa é uma questão que tem de ser feita com base no diálogo", afirmou, ao reiterar que o Executivo cumpre a lei, "rigorosamente".Ela ainda comemorou os resultados em relação à redução do desmatamento. De acordo com o governo, houve uma redução de 84% nas taxas de desmatamento desde 2004 e a área desflorestada no período 2012-2013 foi de 4.571 quilômetros quadrados. Com o resultado, o Brasil atingiu 76% da meta de redução do desmatamento prevista para 2020, que é de 80%, e também 62% do marco total de diminuição das emissões."Nós, de fato, conseguimos uma vitória com a redução que temos do desmatamento. Vocês vejam que, de 2004 para cá, nós reduzimos o desmatamento, como fonte de geração de gás de efeito-estufa e também como fonte de destruição de uma de nossas riquezas patrimoniais, que é a Amazônia. Nós conseguimos isso. Quando nós conseguimos isso, outros desafios acontecem e aparecem, como em todas as áreas da vida. É assim. Agora, teremos de ter um cuidado muito grande com a redução das emissões geradas pelo setor do uso de energia porque, na hidroeletricidade, quando você não tem reservatório, o que faz o papel de reservatório? Uma térmica, e uma térmica é muito mais poluente do que uma hidrelétrica com reservatório", declarou.Pouco antes, em discurso, durante reunião do Fórum Brasileiro sobre Mudanças Climáticas, no Palácio do Planalto, Dilma afirmou que o Brasil assumiu de forma voluntária a meta de reduzir entre 36% e 39% a emissão de gases do efeito-estufa e disse: "Vamos continuar a cumprir esse desafio"."Temos de enfrentar o fato de que, se nós continuarmos a fazer hidrelétricas a fio-d''água e se continuarmos a ter toda a arquitetura de energia renovável como temos, haverá uma necessidade das térmicas na nossa matriz." De acordo com Dilma, o segundo desafio diz respeito ao uso da água e de produção de alimentos para o Brasil e o resto do mundo. "Temos de enfrentar e demonstrar que é possível produzir alimentos usando o que há de mais avançado de técnica de preservação. Por isso, demos mais um passo no programa ABC (Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), de agricultura sustentável", acredita.

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