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Dilma estreia amanhã em cúpula do Mercosul

Paraguai, anfitrião do encontro, e Uruguai vão reclamar das barreiras comerciais dos sócios grandes; reunião será aberta hoje pelos ministros

Por Ariel Palacios
Atualização:

CORRESPONDENTE/ BUENOS AIRESA 41.ª Cúpula do Mercosul começa hoje em Assunção, Paraguai, quando ministros dos países sócios sentarão à mesa de discussões para avaliar o andamento do bloco comercial do Cone Sul, criado há 20 anos. A reunião de presidentes, que será amanhã, contará com a presença da presidente Dilma Rousseff, que debutará em sua primeira cúpula do Mercosul. A cúpula será o primeiro encontro tête-à-tête entre Dilma e a presidente Cristina Kirchner desde que surgiu o conflito comercial bilateral Brasil-Argentina no início de maio, transformando-se no pior confronto entre os dois países desde a "Guerra das Geladeiras" em 2004. O estopim da crise foi uma série de medidas protecionistas argentinas aplicada a partir de fevereiro. O Brasil reagiu em maio com a aplicação de licenças não automáticas contra a entrada de automóveis de todo o mundo, inclusive da Argentina. Semanas depois, os governos conseguiram colocar panos quentes na tensão e permitiram uma flexibilização nas barreiras mútuas. No entanto, os governos do Brasil e da Argentina deverão ouvir as reclamações dos sócios pequenos - isto é, o Uruguai e o Paraguai - que protestam contra uma série de barreiras do mais amplo leque que afetam as exportações de seus produtos para os mercados argentino e brasileiro. A sensação em Montevidéu é que o bloco do Cone Sul ficou "esvaziado" de "conteúdos relevantes". O Uruguai assumirá nesta semana a presidência pro-tempore do Mercosul. A cúpula também será o cenário hoje da primeira reunião formal de ministros da Indústria e Produção dos países do Mercosul. Segundo os participantes, os ministros "aprofundarão uma agenda produtiva" do bloco. Enquanto isso, os técnicos dos países sócios tentarão aprofundar a coordenação macroeconômica por intermédio da criação de grupos de trabalho destinados a assuntos tributários, fiscais, monetários, financeiros e de balança de pagamentos. Os argentinos pretendem aproveitar a cúpula para discutir com os brasileiros a definição de incentivos fiscais, com o objetivo de identificar os produtos que poderiam estar sendo favorecidos por subsídios ou políticas fiscais que poderiam causar as denominadas assimetrias. Além disso, segundo Luis Maria Kreckler, secretário de Comércio e Relações Econômicas Internacionais da Chancelaria argentina, será criado um grupo de trabalho para resolver as assimetrias econômicas existentes. Espera-se ainda a presença do presidente do Equador, Rafael Correa. Já o presidente venezuelano Hugo Chávez não participa, porque está internado em Cuba. Também estará presente na reunião o chanceler japonês, Takeaki Matsumoto, na categoria de convidado especial.

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