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Diplomatas apontam avanço na Rodada de Doha

Por LAURA MACINNIS
Atualização:

Embaixadores ligados à Organização Mundial do Comércio (OMC) disseram na quinta-feira que houve alguns avanços nas negociações em torno da chamada Rodada de Doha da liberalização comercial. O embaixador neozelandês na OMC, Crawford Falconer, que preside as negociações agrícolas, disse que os participantes começaram a fazer concessões diante da iniciativa dos altos escalões para fazer uma nova tentativa. "Vi algumas mudanças materiais, mas nem tudo que eu gostaria de ver aconteceu", disse ele a jornalistas após uma reunião noturna na sede da OMC, em Genebra. A Rodada de Doha foi lançada em 2001 no Catar para tentar ampliar o comércio global, mas sempre esbarrou em diferenças, especialmente entre ricos e pobres, a respeito de subsídios agrícolas e tarifas industriais, entre outros. Depois do fracasso da reunião ministerial de julho, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, busca sinais de avanços nas discussões técnicas para convocar um novo encontro dos ministros para concluir as discussões industriais e agrícolas. As discussões de quinta-feira trataram superficialmente de questões polêmicas, como o grau de subsídio ao algodão nos EUA e um mecanismo de salvaguardas para agricultores de países pobres, que em julho criou diferenças inconciliáveis entre norte-americanos e indianos. "Tivemos discussões mais positivas do que anteriormente", disse o embaixador brasileiro na OMC, Roberto Azevedo. Segundo ele, na sessão de quinta-feira "não houve exatamente convergência ou acordo , mas não houve uma flagrante rejeição". "Aprende-se nessas negociações a ler nas entrelinhas", disse ele. "Houve certamente mais envolvimento, mais interação do que anteriormente." Diplomatas disseram que a eventual reunião ministerial poderia começar em torno de 13 de dezembro, mas só na semana que vem alguma data deve ser definida. Um recente estudo do Instituto Internacional para a Pesquisa da Política Alimentar disse que a conclusão da Rodada de Doha pode gerar negócios superiores a 1 trilhão de dólares.

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