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Dirceu não quer aventuras, mas sugere audácia na economia

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou que o País não pode "cometer aventuras" na economia e que deve manter os pressupostos da atual política econômica. Dirceu disse também que o País vive a oportunidade para retomar o desenvolvimento econômico e avançar no social. "Precisamos de serenidade e persistência no que fizemos até agora", discursou em seminário. "Não podemos cometer aventuras, mas também precisamos de audácia". Segundo o ministro, o Brasil, estável politicamente, precisa agora de estabilidade social. "A estabilidade econômica não caminhará num país instável socialmente", declarou. Dirceu defendeu a política social do governo, revelando que, desde o início do Bolsa-Família, cerca de 30 mil famílias foram excluídas do programa, por supostas irregularidades. O ministro avisou que vai trabalhar para que o crescimento do PIB em 2005 supere a previsão oficial do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). "Vou trabalhar dia e noite para que esse número, de 3,8%, seja pelo menos um ponto maior. Não me conformo com isso", afirmou. Ele reconheceu, contudo, que o cenário econômico em 2005 não será tão favorável ao País quanto o de 2004, com "menos dinamismo" nas exportações e aumento nas importações, "o que explica de certa forma a previsão de 3,8", declarou. Segundo o ministro, o governo vai trabalhar para, em 2005, trazer a dívida interna para menos de 50% do PIB e baixar o risco-país para menos de 200 pontos. Também defendeu o fortalecimento do Estado brasileiro: "Precisamos perder o medo, o preconceito, de afirmar que o Brasil precisa de um Estado forte", disse. "O Brasil precisa de planejamento, burocracia civil competente e de um Estado de bem-estar social. "Não podemos querer substituir o Estado pelo mercado". Dirceu apontou que o Brasil tem na América do Sul um mercado para se integrar. Ele pediu um entendimento com a Argentina semelhante ao que fizeram franceses e alemães: "Como a Alemanha e a França, o Brasil e a Argentina precisam se entender. Seria o ideal que tivessem políticas macroeconômica e industriais comuns. Avanços políticos foram feitos. Precisam ser acompanhados de avanços práticos".

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