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Diretor da Petrobrás acha prematuro elevar preço do combustível

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor financeiro da Petrobrás, José Gabrielli de Azevedo, disse hoje que a estatal considera prematuro elevar os preços dos combustíveis apesar do aumento do custo do petróleo nos mercados internacionais e a depreciação do real. Ele observou, no entanto, que se os preços internacionais não recuarem, a estatal promoverá um ajuste. "Se os preços continuarem subindo ou ficarem estáveis no atual patamar vamos ter que elevar os preços da gasolina e do diesel." Segundo ele, não há um prazo estabelecido para que a estatal eventualmente eleve os preços dos combustíveis. Gabrielli, que apresentou hoje em Londres a um grupo de investidores e analistas.o plano estratégico da Petrobrás até 2010, disse que alguns fatores básicos vão determinar a sustentabilidade ou não dos elevados preços do petróleo nos próximos meses. "É preciso ver até que ponto a previsão de aumento da demanda por combustíveis nos Estados Unidos durante o verão (no Hemisfério Norte) vai se concretizar", explicou. Segundo ele, o grande volume de investimentos no mercados futuros de petróleo - que pode ch egar a US$ 35 bilhões - também pode "determinar uma queda abrupta", dos preços da commodity. Outro fator que poderá reverter a alta do petróleo, acrescentou, é a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de aumentar a oferta do pr oduto. Por fim, Gabrielli acredita que o real tem sofrido um movimento especulativo e poderá recuperar algum terreno diante do dólar, como ocorreu ao longo dos últimos dias. "Há uma série de variáveis que têm que ser levadas em consideração na nossa deci são", disse. "Somos grandes fornecedores do mercado brasileiro e não faz sentido aumentar os preços dos combustíveis prematuramente." Gabrielli disse que o efeito até aqui da alta do preço do petróleo sobre o desempenho financeiro da Petrobrás "é muito pequeno e perfeitamente administrável". Segundo ele, a estatal elevou seus estoques de petróleo cru nos primeiros meses deste ano, ante s da alta nos mercados internacionais. Ele evitou calcular a atual defasagem dos preços dos combustíveis da Petrobrás. "Defasagem é algo complicado, levamos em conta 18 variáveis de preços internacionais", disse. Ele ressaltou, no entanto, que o preço médio do barril dos produtos da estatal está em torno de US$ 35, não muito do praticado nos mercados internacionais. "No ano passado a Petrobrás foi a empresa mais lucrativa da América Latina e neste ano, como mostraram os resultados do primeiro trimest re, certamente continuaremos apresentados resultados muito positivos", assegurou. Gabrielli disse que a Petrobrás "não precisa" realizar captações financeiras no mercado de capitais internacionais neste ano. "Fechamos 2003 com US$ 9,6 bilhões em caixa, estamos numa situação confortável", disse. " Mas isso não significa necessariamente que não realizaremos captações, pois se aparecerem oportunidades para se alongar o perfil de nossa dívida e para reduzir o seu custo, poderemos realizar operações". Segundo ele, a estatal ao longo dos últimos anos a lterou a sua base investidores, migrando da categoria de ativo de maior risco para os portfólios que contam com a classificação de "grau de investimento"."Nos distanciamos um pouco da curva dos papéis soberanos brasileiros para acompanharmos os títulos d e empresas petrolíferas internacionais", disse. Ele observou, no entanto, que os títulos soberanos brasileiros deverão ter uma recuperação ao longo do restante de 2004, o que refletirá positivamente sobre os ativos da estatal. Gabrielli evitou comentar as informações veiculadas pela imprensa de que a Petrobrás teria descoberto uma enorme reserva petrolífera sob a atual área de exploração na bacia de Campos. "Apenas informamos a Agência Nacional de Petróleo sobre estudos a res peito", disse. "Isso é uma possibilidade embrionária, num estágio apenas preliminar."

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