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Diretor do BC sinaliza maior uso da Selic contra a inflação

‘Copom poderá ser instado a refletir sobre a possibilidade de intensificar o uso do instrumento de política monetária’, disse Hamilton

Por Ricardo Leopoldo e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton, ao fazer um balanço sobre os riscos para a inflação, que considera desfavorável, afirmou que cresce a sua "convicção de que o Copom poderá ser instado a refletir sobre a possibilidade de intensificar o uso do instrumento de política monetária (da taxa Selic)". As declarações de Hamilton sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) foram feitas em seminário realizado em São Paulo e impactaram sobre o mercado de juros futuros, que passou a ver a chance de aperto mais agressivo nos juros em maio ou um ciclo de elevações mais longo.

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O diretor do BC também ressaltou que, mesmo com o balanço de riscos desfavorável para o controle de preços "no horizonte relevante", o BC continua muito comprometido em buscar a estabilidade dos preços. "A escolha do Copom é o combate à inflação", destacou.

"Essa escolha deriva de seu compromisso com o Regime de Metas e do fato de o Banco Central ter como missão manter a estabilidade do poder de compra da moeda", apontou.

Hamilton ponderou que o "cenário base" de recuperação da economia brasileira e mundial neste ano contempla projeções altas de índices de preços, o que gera um balanço de riscos inadequado, um reflexo da inflação corrente "elevada, disseminada e resistente". 

"Dado esse desequilíbrio, se esse alguém se dispuser a enfrentar um dos problemas, em princípio, pode escolher um (ou mais de um), mas correndo o risco de fazer escolhas erradas", afirmou. "Esse definitivamente não é o caso do Copom."

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