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Diretores afastados por intervenção ganham eleição na Previ

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de 53 dias, encerra-se nesta quinta-feira a intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, antes do prazo de 60 dias estabelecido pelo ato assinado pelo ministro da Previdência Social, José Cechin. A volta à normalidade será formalizada com a posse na diretoria da entidade da chapa ?Movimento em Defesa da Previ?, eleita nesta segunda-feira. A cerimônia vai ocorrer na sede do fundo, no Rio de Janeiro, e será comandada pelo interventor, Carlos Eduardo Esteves Lima. Ao todo, apenas 52,2% dos 137.388 associados ativos e inativos da Previ votaram. A Chapa 2, formada por membros da diretoria que sofreu intervenção em junho, venceu as eleições com 51.143 votos, o corresponde a 71,22% dos eleitores. A Chapa 1, denominada ?Estabilidade e Profissionalismo?, que contava com a simpatia da diretoria do Banco do Brasil, teve 13.713 votos, o correspondente a 19,1% do total. Não votaram 65.574 associados, e os votos brancos e nulos somaram 6.958 votos. A nova diretoria venceu com a proposta de ?dar continuidade à luta de resistência e melhorar os benefícios dos associados?. De acordo com o programa da Chapa 2, divulgado aos associados, a ?atuação dos diretores e conselheiros eleitos foi responsável pela divulgação de operações e investimentos que causaram prejuízos ao patrimônio dos associados e pelo início de auditorias e apuração das responsabilidades?. ?A luta dos diretores eleitos levou o governo a decretar a intervenção, para evitar que a transparência continuasse e que a democracia se aprofundasse na gestão da Previ?, afirma o programa. Apesar das críticas, os novos diretores assumem a Previ com estatuto ajustado à legislação, o que ocorreu no final de junho. Para o Conselho Deliberativo, o BB indicará três representantes, sendo os outros três eleitos pelos funcionários. No Conselho Fiscal, o BB indica dois, e os funcionários elegem outros dois. Antes da mudança do estatuto, o Conselho Deliberativo da Previ era formado por quatro representantes dos funcionários e três representantes indicados pelo BB. Qualquer decisão exigia no mínimo cinco votos, o que usualmente terminava em impasse. A diretoria já tinha seis membros, sendo três eleitos diretamente pelos participantes e três indicados pelo BB. Sem o voto de qualidade, qualquer decisão também só podia ser tomada com quatro votos. A intervenção no maior fundo de pensão do País, com patrimônio de R$ 38 bilhões, foi decretada no dia 3 de junho, depois que o Ministério da Previdência Social constatou que a entidade estava desobedecendo à lei. A briga interna na Previ, entre os representantes do Banco do Brasil e os diretores eleitos pelos participantes, impediu que o fundo de pensão promovesse a alteração estatutária. Conforme a lei, a Previ deveria estar, desde o dia 30 de maio, com representação paritária nos seus diversos órgãos de gestão, com voto de qualidade para o representante do BB no Conselho Deliberativo e voto de qualidade para o representante dos servidores no Conselho Fiscal. Foi justamente essa mudança estatutária que foi feita pelo interventor nomeado pelo ministro. Em seu programa, os novos diretores avisaram que pretendem continuar lutando na Justiça para ?derrubar a intervenção e seus efeitos e restituir as conquistas do estatuto de 1997, que garante eleições para diretores-executivos, conselheiros deliberativos e fiscais, além do direito de os associados decidirem sobre alterações estatutárias e nos planos de benefícios e nas contas da diretoria?.

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