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Diretriz agrícola dos EUA deve fazer pouco por Doha

Além de cortar subsídios, governo americano tem ainda de superar o lobby dos agricultores no Congresso se quiser prosseguir com a rodada, diz jornal

Por Agencia Estado
Atualização:

As novas diretrizes da política agrícola americana para os próximos cinco anos, a serem divulgadas na quinta-feira, devem fazer pouco para "descongelar" a Rodada Doha, diz nesta quarta-feira o jornal econômico Financial Times. Os subsídios agrícolas americanos paralisaram as negociações em julho de 2006 e nada deve mudar agora, segundo o jornal. No Fórum Econômico Mundial deste ano, realizado em Davos, os principais países negociadores anunciaram sua vontade "política" de retomar os encontros. Uma das "duras tarefas" do governo americano será superar o lobby dos agricultores no Congresso, e convencer os parlamentares a estender o chamado "fast-track", mecanismo que permite que o Executivo negocie tratados comerciais internacionais sem necessidade de aprovação do Legislativo. O governo pretende aumentar o controle sobre os gastos desses subsídios, além de criar programas menos vulneráveis às leis da Organização Mundial do Comércio (OMC). Arroz Na briga interna pelos subsídios, o exemplo dos produtores de arroz é o caso mais emblemático. Em 2006, produtores do alimento - que faz parte da dieta de mais da metade da população mundial, principalmente na Ásia - receberam em média 39% de toda sua renda na forma de ajuda estatal. "Cortar subsídios como estes será difícil sem o acesso a muito mercado para compensar (a perda)", diz o FT. Saturado há bastante tempo, o mercado doméstico de arroz exporta metade de sua produção. Mercados como Indonésia e Índia afirmam que o arroz americano destruirá o comércio de pequenos produtores locais caso as barreiras defensivas de comércio sejam desfeitas sem que os subsídios dos exportadores sejam reduzidos. Para Susan Schwab, secretária de Comércio dos Estados Unidos, apenas grandes mercados exportadores agrícolas, como o brasileiro, são afetados por subsídios domésticos. "Os EUA são um grande exportador de arroz e isso não resultado dos subsídios", disse.

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