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Dirigentes entregam a Alencar plano de recuperação da Varig

Por Agencia Estado
Atualização:

Os presidentes do Conselho de Administração da Varig, David Zylbersztajn, e da companhia, Omar Carneiro, deixaram hoje o Palácio do Planalto, onde entregaram formalmente ao presidente em exercício e ministro da Defesa, José Alencar, e ao comandante da Aeronáutica, Luiz Bueno, o plano de recuperação da empresa. Segundo os executivos, não foi solicitada nenhuma ajuda do governo porque, segundo eles, a parte da dívida da empresa que é fiscal e tributária ainda está em processo de discussão com a equipe econômica. Lei de Falências A lei de recuperação judicial de empresas (Lei de Falências), de que a Varig está se utilizando na tentativa de sair da difícil situação financeira em que se encontra, entrou em vigor no início de junho deste ano, mas ainda depende de regulamentação a parte que afeta a renegociação das dívidas fiscais e tributárias com órgãos públicas. A Varig tem uma dívida total de R$ 7,7 bilhões, da qual R$ 4,5 bilhões são com o setor público. Segundo os executivos, o plano de reestruturação da parte privada da dívida, apresentado ontem à Justiça no Rio de Janeiro, difere da proposta que tinha sido pensada pelo governo como saída para a Varig, há dois anos, quando José Viegas ainda era ministro da Defesa. Também na época, a proposta era dividir a empresa em duas, deixando o passivo na chamada Velha Varig, e criando uma nova empresa, que receberia novos investimentos, inclusive do BNDES. "Naquele tempo, não existia uma lei de recuperação e, também, não existia a possibilidade de um modelo de discussão das dívidas com os credores. Por isso, quero ser taxativo em dizer que o atual modelo não tem nada a ver com o que já foi proposto no passado", disse David Zylbersztajn. Ele enfatizou que, a partir de agora, a discussão será feita com os credores, que terão prazo até o fim de dezembro para entrar em acordo sobre os créditos que têm com a Varig. Credores inflexíveis Zylbersztajn voltou a reclamar que as empresas em geral, por desconhecerem a nova Lei de Falências, "não flexibilizam o suficiente" algumas negociações com a Varig. Há cerca de um mês, a Varig tentou levantar no Banco do Brasil recursos para financiar suas atividades, dando como garantia alguns créditos por venda de passagens aéreas, mas a proposta não foi aceita. Além disso, desde o fim do ano passado, a Varig tem que pagar diariamente as taxas aeroportuárias à Infraero para operar seus vôos. Nessas questões, na avaliação dos executivos da companhia, os credores poderiam ser mais flexíveis, já que a nova lei melhora as garantias que são dadas por empresas que a ela recorrem para sanar suas dificuldades. "Hoje, o crédito Varig é muito melhor do que no passado", disse Zylbersztajn.

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