O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, indicou nesta sexta-feira que o Brasil manterá a sua posição de considerar como uma questão apenas comercial, e não política, o debate sobre o preço do gás exportado pela Bolívia para o Brasil, apesar da proximidade da visita do presidente boliviano Evo Morales ao Brasil, no próximo dia 14. "A posição da Petrobras é discutir no âmbito do contrato as questões do preço do gás", afirmou Gabrielli em entrevista após a solenidade de renomeação da Termo Bahia, em São Francisco do Conde, na Bahia, que foi rebatizada de Usina Termelétrica Celso Furtado. "No que se refere à venda de gás da Bolívia para o Brasil, há um contrato de longo prazo até 2019 e esse contrato nunca foi contestado e ainda está em vigor. Estamos discutindo preços dentro do que está nos termos do contrato, o que é normal. Os preços estão sendo reajustados de acordo com as regras do contrato. A Bolívia quer rever essas regras e estamos discutindo", disse. O diretor de gás e produção da Petrobras, Ildo Sauer, foi na mesma linha de Gabrielli. "É uma questão empresarial entre a YPFB e a Petrobras, cujo prazo prorrogado voluntariamente pelas duas partes se encerra no dia 8 de abril". Gabrielli lembrou que há várias questões que inicialmente chamou de problemas e depois de etapas a serem resolvidas com a Bolívia. Uma é o contrato de exploração e produção com os bolivianos, que já foi aprovado pelo congresso boliviano e está em fase final de formalização. Outra são as duas refinarias da Petrobras que o governo Morales nacionalizou. "Essas refinarias a Bolívia quer nacionalizar", disse Gabrielli, acrescentando que "para nacionalizá-las tem que pagar o justo valor, por isso a necessidade de fazer avaliação econômica. A Bolívia anunciou ontem ou anteontem que não conseguiu contratar uma empresa para fazer avaliação econômica, vamos continuar nessa linha de discussão", afirmou Gabrielli.