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Distribuidoras aumentaram margem de lucro

Por Agencia Estado
Atualização:

As distribuidoras de combustíveis aproveitaram os primeiros dias de liberação do preço da gasolina para recompor suas margens, a exemplo do que foi feito também pelos postos de revenda. Segundo levantamento obtido com exclusividade pela Agência Estado junto a fontes do governo, todas as empresas do setor aumentaram seu porcentual de lucro por litro na primeira semana de janeiro. Inclusive a BR Distribuidora, subsidiária da estatal Petrobrás, que recebeu, em seguida, recomendação do governo para puxar para baixo os preços da gasolina. Na primeira semana de janeiro, a empresa também ganhou com a liberação: em São Paulo sua margem mais do que triplicou, passando de R$ 0,02 para quase R$ 0,10 por litro. Foi o maior aumento no Estado. Os números são referentes à primeira semana de janeiro, comparados à última semana de dezembro. Antes, portanto, da reunião em Brasília entre executivos do setor e membros do governo onde foi discutida a redução do preço da gasolina. Especialistas do setor acreditam que as margens vêm sendo reduzidas e ainda cairão mais com o aumento da competição. ?O aumento de margem é normal, faz parte da abertura. Depois os preços vão se assentando, vai haver um decréscimo?, analisa o especialista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE). O segundo maior aumento de margem foi da Ipiranga. Segundo o estudo, sua margem em São Paulo passou de cerca de R$ 0,04 para quase R$ 0,12 por litro, um aumento de quase 200%. A maior margem de lucro é daTexaco, de R$ 0,18, o dobro da obtida na última semana de dezembro. A Esso também dobrou a margem, segundo os cálculos do governo, passando de cerca de R$ 0,06 para pouco mais de R$ 0,12. O estudo detectou ainda aumento nas margens da Agip, de cerca de 50%; Ale, em torno de 65%; e Shell, que aumentou seus ganhos em aproximadamente 55%. O vice-presidente interino do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz, não quis comentar o resultado da pesquisa, alegando não poder falar sobre estratégias comerciais das companhias, além de conhecer a metodologia utilizada. ?O que posso dizer é que, dentro de um mercado competitivo, quem praticar preços irreais vai perder mercado. Qualquer distorção, qualquer exagero será punido pela competição?, afirmou. Vaz disse que não há como definir uma margem justa, que depende de uma série de variáveis como custos e remuneração esperada. O poder das grandes distribuidoras no mercado aberto, porém, preocupa especialistas, como o advogado Paulo Valois. ?As distribuidoras ganharam com o novo mercado. Enquanto abriu-se o leque defornecimento de gasolina A (sem álcool), elas continuam como únicos fornecedores de gasolina C, já misturada com álcool anidro? analisa. ?A nova estrutura do mercado fortaleceu a distribuidora e o governo tem que ficar em cima para evitar distorções?, destaca Pires. Atualmente, seis grandes empresas representadas pelo Sindicom ? BR, Ipiranga, Esso, Texaco, Shell e Agip ? dominam aproximadamente 80% do mercado brasileiro. Outras quase 200 dividem os 20% restantes.

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