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Distribuidoras de energia reclamam de desequilíbrio econômico

Por Agencia Estado
Atualização:

As distribuidoras de energia promoveram nesta segunda-feira um debate na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) sobre o cenário que terão pela frente no próximo ano e chegaram a um consenso: há um desequilíbrio econômico financeiro no setor. "Queremos que a receita retorne a um nível de equilíbrio onde já esteve", afirmou o presidente da distribuidora Rio Grande Energia (RGE), Sidney Simonaggio. Em abril de 2003, mais de 15 empresas terão o período de revisão tarifária, ou seja, devem aumentar os preços. A margem de lucro das distribuidoras caiu 38% entre 1997 e 2001, de acordo com o vice-presidente da A.T. Kearney, Arthur Ramos. Mesmo assim, não há espaço para grandes aumentos tarifários, segundo Ramos. A chamada energia "velha", resultado de investimentos em geração que já foram pagos, pode servir como uma espécie de estoque regulador do sistema. Esta energia representa 50% a 60% do total produzido atualmente, mas em cinco anos cairá para um terço, disse o diretor presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior. "Vamos utilizá-la como se fosse um estoque regulador, junto com algumas que não são tão boas", disse. Desta forma, a energia "velha" não teria os reajustes baseados no mercado livre e sim em no custo de produção, que é menor, pois os investimentos já foram recuperados. "As energias estatais são de menor custo, que já foi pago pela sociedade", disse o presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni Torres. O presidente da RGE disse que ninguém deve se "iludir com a tendência de preços baixos no mercado". Ele lembrou que antes do racionamento o mercado estava projetado em 46.600 megawatts médios, mas está atualmente em 43.200. Com esta "sobra", a energia velha que será descontratada, em torno de 7.000 MW médios por ano, não terá de ser toda negociada, pois uma parte dela corresponde a um mercado que ainda não existe. A nova presidente da Câmara Brasileira de Investidores em Energia Elétrica, Cláudia Costin, que assumiu hoje a função, elogiou a postura do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no setor. "O que temos escutado tem sido muito bem recebido", afirmou, lembrando as promessas de respeito aos contratos e de privilegiar a participação da sociedade nas decisões. A entidade representa 16 grupos privados que investem em geração e distribuição. Durante o fórum, o presidente da Tractebel Energia defendeu o respeito aos contratos e a manutenção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do Mercado Atacadista de Energia (MAE). Ele disse, contudo, que é preciso garantir a liquidação financeira de recursos do MAE.

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