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Distribuidoras tentam evitar que indústrias usem geradores

Por Agencia Estado
Atualização:

As distribuidoras de energia elétrica vão perder parte do faturamento, mesmo com o fim do racionamento. Além da economia residual que os consumidores manterão, grandes indústrias que investiram na compra de geradores estão decidindo usar os equipamentos para substituir a eletricidade nos horários de pico, quando as tarifas são mais caras. De olho no problema, concessionárias de energia já programam promoções para reconquistar o consumo destes clientes a partir de 1º de março. Nesta semana, a Latasa, maior fabricante de latas de alumínio do País, começou a deslocar os oito geradores comprados por US$ 5 milhões para apenas duas unidades, em Santa Cruz (RJ) e no Recife. O presidente da companhia, José Carlos Martins, não se arrepende do investimento feito no ano passado e diz que a aquisição já levava em conta a alternativa da utilização nos horários de ponta. Além disso, os equipamentos servirão como uma espécie de seguro contra eventuais cortes ou novos problemas no fornecimento. Para combater o uso do gerador na hora de pico, a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) acaba de desenvolver um produto especial, justamente para os clientes que possuem geradores, oferecendo tarifas mais baratas nestes horários, com reduções de até 40%. Segundo o gerente de Vendas da CPFL, Márcio Sant´Anna, a equipe de mercado da distribuidora detectou a oportunidade. A energia ofertada tem origem na sobra dos contratos iniciais com as geradoras, já que a demanda este ano será inferior ao previsto, por conta do racionamento e da redução nos hábitos de consumo de energia. Representante do fabricante de geradores Carterpillar, a Sotreq confirmou que grandes empresas estão buscando o retorno do investimento feito com a utilização dos equipamentos comprados em horários de pico. O gerente da Unidade de Aluguel de Geradores, Carlos Ernesto Schröder, diz também que já ocorreram devoluções antes do prazo de geradores alugados, negociadas caso a caso. "Na verdade, isto já vinha ocorrendo antes do anúncio do fim do racionamento porque muitas empresas atingiram a meta", afirma. Schröder diz que o mercado voltou à normalidade. No mês passado, o movimento foi apenas "ligeiramente superior" ao de janeiro de 2001, quando não se discutia o racionamento. Para evitar um tombo de vendas e superestoques, as empresas de geradores controlaram a compra do produto. "Era fácil prever que a situação voltaria à normalidade, tanto que não partimos para compras sem limites", disse.

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