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Dívida da Eletropaulo é "questão bancária", diz ministra

Por Agencia Estado
Atualização:

A ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, disse nesta quarta-feira que o processo de renegociação da dívida da AES-Eletropaulo com o BNDES deve ser tratado "com tranqüilidade e de forma correta". Segundo ela, esse não é um assunto político e deve ser tratado como uma questão bancária. A ministra não quis entrar em detalhes sobre quais as opções que estão sendo estudadas pelo BNDES para solucionar o problema. "É um processo bancário, conduzido pelo BNDES, e não vou me manifestar sobre o desenlace", disse a ministra. "O que posso adiantar é que não estamos dispostos a fazer política de resgate de acionistas. Não é nosso objetivo." Dilma disse que a proposta do governo é que haja uma condução ética na gestão da coisa pública. "A AES (empresa norte-americana controladora da Eletropaulo) é um devedor que entrou em default." Nesses casos, segundo ela, o credor tem de observar se a empresa tem condições de pagamento. Se não tem condições, segundo ela, há duas saídas: ou o credor "graciosamente" antecipa recursos, mesmo sabendo que a empresa não tem condições de pagar, ou faz uso das garantias que tem. Apesar de avaliar como um padrão correto o utilizado pela economia americana, que consiste em executar o devedor, Dilma disse, referindo-se à situação da AES-Eletropaulo, que é sempre melhor um processo de negociação, o que, na sua opinião, queima etapas. "O processo negocial não é, necessariamente, um resgaste da empresa do endividamento", afirmou. "Ao mesmo tempo, é fundamental ter clareza de que é inviável supor que o Estado brasileiro vai arcar com mais um custo e tomar alguma medida sem base técnica se o devedor tem condições de pagar mais um empréstimo que ele está pleiteando. Tudo indica que a AES não tem condições de arcar com mais um empréstimo", afirmou Dilma. A ministra enfatizou que quem está cuidando do processo é o BNDES e que o ministério não responde por essa negociação. "Asseguro que o BNDES está fazendo isso com muito critério, tendo em vista que tem de preservar o interesse do banco e esse ativo valiosíssimo que é a Eletropaulo", disse. Dilma afirmou que se trata de uma das empresas com maior geração de caixa do setor elétrico. Segundo ela, a Eletropaulo gera cerca de US$ 1 bilhão por ano e responde por 14% do mercado consumidor brasileiro. "Por todos os aspectos, a Eletropaulo é um ativo de alta qualidade", afirmou ela. "Mas sobre ela há um peso de uma dívida monumental."

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