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Dívida é a mais baixa desde 88

Endividamento líquido público cai para 40,4% do PIB

Por Lu Aiko Otta
Atualização:

A economia recorde do governo no primeiro semestre ajudou a reduzir a dívida líquida do setor público para 40,4% do Produto Interno Bruto (PIB), a mais baixa desde dezembro de 1998. Para julho, a expectativa é de que a dívida permaneça no mesmo nível. A projeção para o fim do ano é 40,5% do PIB. Os números divulgados pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, mostram, porém, que o aumento da inflação começa a ter reflexos no custo do endividamento público. No primeiro semestre, a remuneração dos papéis da dívida cujo valor é corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu R$ 18,839 bilhões, correspondente a 21,4% do total de juros no período, que foi R$ 88,026 bilhões. No mesmo período, os juros dos papéis corrigidos pela variação da taxa Selic somaram R$ 35,4 bilhões, ou 40,2% do total. A comparação com o primeiro semestre do ano passado deixa claro o avanço da inflação no custo da dívida. Naquele período, os juros vinculados ao IPCA somaram R$ 11,096 bilhões. Ou seja, houve um crescimento de 69,78% no custo da dívida corrigido pela inflação este ano. Já os juros atrelados à Selic foram de R$ 31,398 bilhões no primeiro semestre de 2007, o que indica avanço de 12,74% para 2008. A inflação em alta é uma das explicações para o fato de os juros da dívida haverem atingido um nível recorde, seja no valor do semestre (R$ 88,026 bilhões), seja no acumulado em 12 meses (R$ 168,704 bilhões). Ambos são os maiores já verificados na série do Banco Central, iniciada em 1991. O recorde dos juros é explicado também pelo fato de o estoque da dívida haver crescido e pelo efeito da desvalorização do dólar em relação ao real sobre os ativos em moeda estrangeira do setor público.

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