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Dívida em títulos do governo cresce 2,47% em agosto

Com o crescimento, a dívida atingiu o valor de R$ 1,039 trilhão

Por Agencia Estado
Atualização:

A dívida pública mobiliária federal interna cresceu 2,47% em agosto na comparação com julho, atingindo o valor de R$ 1,039 trilhão. Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Tesouro Nacional, os papéis prefixados subiram para R$ 327,23 bilhões, o que representa 31,49% do total da dívida. Em julho, a participação desses papéis era de 30,36%. A participação dos títulos atrelados à taxa básica de juros, a Selic (pós fixados), caiu de 46,95% em julho, para 46,14% em agosto, totalizando R$ 479,41 bilhões. Os títulos atrelados a índice de preço tiveram a participação no total da dívida reduzida de 21,91% para 21,56%. Esses papéis totalizaram em agosto R$ 224,06 bilhões. A posição ativa em câmbio caiu de 1,44% em julho para 1,41% em agosto, o que representa R$ 14,62 bilhões. E os títulos atrelados à TR representam 2,21% do total da dívida pública, o que equivale a R$ 22,94 bilhões. Prazo O prazo médio da dívida teve em agosto discreto recuo ante julho, passando para 29,84 meses. Em julho, o prazo médio era de 29,95 meses. O prazo médio das emissões em ofertas públicas subiu de 28,45 meses em julho para 38,49 meses em agosto. O coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Manuel Augusto Silva, explicou também que o prazo médio das emissões em ofertas públicas passou de 28,5 meses em julho para 38,5 meses em agosto, em virtude de três fatores. O primeiro, a maior participação das NTN-B no total de emissões, cuja participação era de 3,2% em julho e passou para 17,7% do total emitido em agosto. O prazo médio das emissões NTN-B em agosto foi de 68,3 meses, o que segundo o coordenador influenciou no prazo médio das emissões totais. Outro fator foi o alongamento do prazo de emissões de títulos prefixados, cujo prazo médio passou de 18,1 meses, em julho, para 22,2 meses, em agosto. O último fator, segundo Silva, foi o alongamento dos títulos indexados à Selic. Segundo ele, as LFTs passaram de 41,6 meses para 44,5 meses, no mesmo período. No estoque da dívida, o prazo médio dos papéis atrelados a índices de preço subiu de 64,99 meses para 65,81 meses. O mesmo movimento ocorreu na dívida indexada à taxa Selic, que subiu de 19,95 meses para 20,33 meses. O estoque de papéis prefixados teve prazo médio reduzido de 11,99 meses para 11,61 meses. O prazo médio da dívida atrelada a câmbio passou de 70 meses para 69 meses. Títulos a vencer A parcela de títulos públicos federais que vão vencer em até 12 meses diminuiu de 41,2% do total da dívida em julho para 39,19% em agosto. Segundo o Tesouro Nacional, essa queda é decorrente do maior volume de vencimentos no mês passado em comparação com agosto de 2007, além do efeito dos resgates de LFT com vencimentos em até um ano recebidas em operação de compra e troca. No Plano Anual de Financiamento, a meta é que a dívida a vencer em até 12 meses fique entre 31% e 36%. Entre os papéis prefixados é que há maior concentração de dívida a vencer em 12 meses. Em agosto, essa parcela representava 62,25% do total de prefixados que compõe a dívida mobiliária, ante 64,65% em julho. Do total da dívida atrelada a Selic, a parcela a vencer em 12 meses passou de 39,93% para 36,88%. Da fatia indexada a índices de preços, a parcela a vencer em 12 meses passou de 14,50% para 12,98%. Já na dívida indexada ao câmbio, houve ligeira alta nessa parcela, de 44,16% para 44,28%. Silva afirmou que a expectativa do Tesouro é de que ao final do ano a parcela de títulos públicos federais, a vencer em até 12 meses, seja enquadrada dentro do limite do Plano Anual de Financiamento (PAF), que é de 31% a 36%. Em agosto, essa parcela de títulos estava em 39,2% da composição da dívida. Resgate O Tesouro Nacional resgatou em agosto R$ 24,6 bilhões em títulos públicos, sendo R$ 14,8 bilhões referentes aos vencimentos do mês e R$ 9,8 bilhões resultantes de operações de troca. As emissões de títulos superaram os resgates em R$ 12,2 bilhões. O pagamento de juros no período foi de R$ 13,8 bilhões. Isso fez com que a dívida subisse para R$ 1,039 trilhão, em agosto, ante R$ 1,014 trilhão, em julho. As emissões realizadas pelo Tesouro totalizaram R$ 36,8 bilhões em agosto, dos quais 46% foram títulos com remuneração prefixada, 36% em títulos atrelados à taxa Selic e 18% em títulos indexados a índices de preços. Na entrevista coletiva, após questionamento sobre o fato de o gasto com juro da dívida continuar elevado apesar da longa seqüência de queda da Selic, Silva disse que espera que, em algum momento do futuro, essa despesa caia. Mas evitou fazer qualquer prognóstico sobre quando isso poderá ocorrer. Ele destacou que, neste momento, o governo está priorizando a melhora na estrutura e nos prazos da dívida. Matéria alterada às 12h31 para acréscimo de informações

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