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Dívida em títulos do governo sobe R$ 22,85 bi em setembro

De agosto para setembro, o crescimento do endividamento público foi de 2,20%

Por Agencia Estado
Atualização:

A dívida interna em títulos do governo federal teve um aumento de R$ 22,85 bilhões em setembro, atingindo o valor de R$ 1,061 trilhão no mês. De agosto para setembro, o crescimento do endividamento público foi de 2,20%, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Fazenda. Em agosto, o estoque da dívida estava em R$ 1,039 trilhão. O aumento em setembro ocorreu por causa de uma emissão líquida de títulos (emissões menos resgates) de R$ 10,8 bilhões e do impacto de R$ 12,16 bilhões de juros do estoque. A participação de títulos prefixados subiu de 31,49%, em agosto (R$ 327,23 bilhões), para 32,83% (R$ 348,62 bilhões) do total da dívida, em setembro. A parcela de títulos corrigidos pela taxa básica de juros, a Selic (atualmente em 13,75% ao ano), caiu de 42,50% (R$ 441,55 bilhões) para 41,46% (R$ 440,27 bilhões). Contabilizando as operações de contratos de swap cambial, a parcela de títulos corrigida pela Selic caiu de 46,14% (R$ 479,41 bilhões) para 44,79% (R$ 475,58 bilhões). A participação de títulos corrigidos por índice de preços teve, no período, uma ligeira queda: 21,56% (R$ 224,06 bilhões) para 21,51% (R$ 228,40 bilhões). Títulos a vencer A parcela de títulos públicos federais a vencer nos próximos doze meses aumentou de 39,19%, em agosto, para 39,99%, em setembro. O indicador está acima da meta estabelecida pelo Plano Anual de Financiamento, que prevê que os vencimentos em até doze meses fiquem entre 31% e 36% do total da dívida. A dívida prefixada é a que tem maior volume de vencimentos em até doze meses. Em agosto, 62,25% dessa dívida venciam em até um ano. Em setembro, o indicador caiu para 59,39%. Já a dívida atrelada à taxa Selic a vencer em doze meses subiu de 36,88% para 40,90%. A dívida indexada a índices de preços passou de 12,98% para 12,40%, enquanto a dívida atrelada à taxa de câmbio que vence em até um ano passou de 44,28% para 37,66%. Prazo O prazo médio do estoque da dívida pública mobiliária federal interna teve pequena oscilação em setembro em relação a agosto, passando de 29,84 meses para 29,65 meses. O indicador está abaixo da meta definida no plano anual de financiamento, que é de 30 a 35 meses. O prazo médio das emissões de novos títulos, por sua vez, caiu de 38,49 meses para 33,56 meses. No estoque da dívida, o prazo médio dos papéis prefixados caiu de 11,61 meses para 11,49 meses, enquanto o estoque de papéis atrelados à Selic teve o prazo medido elevado de 20,33 meses para 20,43 meses. A dívida atrelada a índices de preços apresentou queda no prazo médio, passando de 65,81 meses para 64,43 meses. Já o estoque de títulos atrelado à taxa de câmbio teve o prazo médio elevado de 69 meses para 76,53 meses. O Tesouro Nacional tem privilegiado a melhora da composição da dívida em detrimento do alongamento dos prazos dos papéis. O coordenador-geral da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Ronnie Tavares, afirmou, nesta segunda, que a redução do prazo médio da dívida ocorreu por causa da prioridade dada à melhora da composição, com o aumento dos papéis prefixados. Esse tipo de papel tem prazo de vencimento mais curto. "Estamos tentando melhorar o perfil da dívida incrementando a participação de títulos prefixados", disse Tavares, lembrando que a parcela desses papéis atingiu o maior valor desde o início da série desse indicador, em dezembro de 99. "Permanece a tendência de aumento da participação de prefixados", disse o coordenador. Tavares comentou ainda que setembro foi um mês de baixos vencimentos, quando o Tesouro aproveitou para fazer emissões líquidas de prefixados e promover uma alteração na composição da dívida, com a redução da parcela de papéis atrelada à taxa Selic. Câmbio A posição credora em taxa de câmbio da dívida interna em títulos do governo federal caiu em setembro, de 1,41% (R$ 14,62 bilhões) para 1,34% (R$ 14,21 bilhões). Esse valor contabiliza as operações de swap cambial feitas pelo Banco Central. Sem levar em conta essas operações, a parcela da dívida corrigida pela taxa de câmbio caiu no mesmo período de 2,24% (R$ 23,24 bilhões) para 1,99% ( R$ 21,10 bilhões), apesar da desvalorização do real frente ao dólar de 1,7% no mês. Matéria alterada às 12h58 para acréscimo de informações

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