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Dívida federal em títulos públicos cai 0,55%

Por Agencia Estado
Atualização:

A dívida do governo federal em títulos públicos teve uma redução de R$ 3,47 bilhões no decorrer de fevereiro, fechando o mês passado em R$ 631,64 bilhões. A queda de 0,55% em relação ao estoque registrado em janeiro ocorreu devido a valorização de 2,90% do real frente ao dólar e ao resgate líquido de R$ 8,3 bilhões de títulos que estavam no mercado. A queda da cotação da moeda americana em fevereiro proporcionou uma redução do volume de títulos corrigidos pela taxa de câmbio no estoque da dívida. Segundo balanço mensal do Tesouro Nacional e do Banco Central (BC), divulgado hoje, os títulos cambiais, que representavam 29,36% do total da dívida em janeiro, passaram a responder por 28,70% em fevereiro, o equivalente a R$ 181,30 bilhões. Outro avanço positivo conquistado no mês passado pelo governo foi a redução no volume de títulos com vencimento em 12 meses. De acordo com os dados do Tesouro, apenas 24,62% do estoque da dívida em títulos têm vencimento previsto para o curto prazo. Esse o patamar mais baixo desde dezembro de 1999. Para o chefe do Departamento de Operações de Mercado Aberto (Demab) do BC, Sérgio Goldenstein, esse é um bom indicador para o País, que é observado pelas agências de risco. A redução do chamado risco de financiamento da dívida pública, que pode ser observada por esse indicador, tem sido a prioridade número um do Tesouro. Em dezembro de 1999, a participação de títulos a vencer em 12 meses era de 53,01% do total da dívida. De lá para cá, o porcentual veio caindo progressivamente, com o alongamento dos prazos dos títulos ofertados aos investidores. Segundo Goldenstein, o patamar atingido de 24,62% está próximo dos padrões internacionais, que giram em torno de 20%. O prazo médio da dívida fechou fevereiro estável em 35,56 meses. Embora o governo tenha conseguido, esses avanços, a participação de papéis com correção prefixada (ou seja, aquela que não varia de acordo com a taxa de juros ou a cotação do dólar) chegou ao final de fevereiro no nível mais baixo registrado pelo governo desde dezembro de 1999. A participação destes papéis no estoque da dívida pública foi reduzida para 7,50%, o equivalente a R$ 47,38 bilhões. Dificuldade O alto volume de prefixados que venciam em fevereiro dificultou o trabalho do Tesouro de ampliar a participação deste papéis no estoque da dívida pública. Mas o coordenador-geral de Administração da Dívida no Tesouro, Paulo Valle, garantiu que até o final deste mês, os prefixados já deverão corresponder a mais de 8% do estoque da dívida em papéis do governo federal. Isso porque agora em março não há nenhum vencimento previsto de títulos prefixados e, ao mesmo tempo, existe um grande volume de vencimentos de pós-fixados. Segundo Valle, é justamente quando existe grandes vencimentos de papéis com correção atrelada à variação da Selic que o Tesouro tem espaço para mudar a composição da dívida e aumentar a participação de títulos prefixados. No decorrer deste ano, esse espaço não será muito grande. Em 12 meses, a contar de fevereiro, os vencimentos de títulos pós-fixados correspondem a apenas 9,84% (R$ 32,78 bilhões) do total previsto pelo governo. Esses papéis, entretanto, representam 52,72% do estoque da dívida. Esse reduzido volume de vencimentos impede, segundo Valle, a adoção de uma política mais "agressiva" de substituição de títulos, apesar disso continuar sendo o principal objetivo do Tesouro. "Não é o momento por causa do custo fiscal muito grande", afirmou.

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