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Dívida mobiliária cai 7,65%

Por Agencia Estado
Atualização:

O estoque da dívida pública federal interna caiu R$ 51,61 (7,65%) bilhões em agosto, em comparação a julho, como resultado da queda da taxa de câmbio e do resgate de títulos pelo Tesouro Nacional. O saldo do endividamento público fechou o mês em R$ 622,79 bilhões, contra R$ 674,40 bilhões em julho, uma queda de 7,65%. Em julho, o estoque da dívida havia aumentado, sob forte impacto da alta da taxa de câmbio, que tinha fechado o mês em R$ 3,4785 por dólar. No último dia de agosto, porém, a taxa estava em R$ 3,0223, apontando para uma valorização de 11,85% do real ante o dólar. Com isso, a parcela da dívida que é corrigida pelo câmbio passou de R$ 249,84 bilhões para R$ 217,87 bilhões, uma queda de R$ 31,97 bilhões. No entanto, a julgar pelo comportamento do câmbio, que voltou a se deteriorar nas últimas semanas, a dívida deverá subir novamente este mês. O saldo no final de setembro dependerá da cotação que o dólar alcançar no dia 30. ?O câmbio é flutuante e, da mesma forma como o real depreciou-se, poderá apreciar-se novamente?, disse o secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia. Ele acha que o dólar não deverá se manter no nível atual, a médio prazo, porque o real já está muito depreciado. Guardia explicou que o câmbio elevado puxa para cima o valor do estoque da dívida, mas o efeito disso sobre o caixa do tesouro não tem a mesma magnitude. Em setembro, por exemplo, vencem R$ 3,4 bilhões em títulos cambiais e é sobre esse valor que a cotação alta registrada nesse mês vai interferir. Em outubro, os vencimentos de papéis cambiais são de R$ 8 bilhões. O secretário atribuiu a alta do dólar no mês à insegurança no cenário externo, agravada pela perspectiva de guerra no Oriente Médio. Ele acha também que as incertezas geradas pelas eleições têm contribuído para a alta do dólar. ?Mas eu não saberia quantificar o que é efeito do cenário externo e o que é efeito de eleição?, disse. Apesar das incertezas, Guardia considera que há sinais de melhora no mercado de títulos. Nesta quinta-feira, o Tesouro conseguiu vender R$ 1,3 bilhão em papéis atrelados ao IGP-M, com vencimento em dezembro de 2005, a uma taxa de 10,39% ao ano. ?O leilão teve uma demanda expressiva e o resultado foi muito bom em termos financeiros e de taxas?, disse Guardia. ?Isso reflete um sinal claro de que o mercado está-se recuperando.? Além do câmbio, o estoque da dívida de agosto caiu por causa do resgate de papéis da dívida pública, que totalizou R$ 35,4 bilhões no mês. Em agosto, o prazo médio dos títulos da dívida foi de 32,22 meses, praticamente o mesmo nível de julho, que foi 32,58 meses. A parcela dos títulos que vencem em 12 meses aumentou de 36,60% para 40,21% do total.

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