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Dívida mobiliária sobe 2,54% em maio

Por Agencia Estado
Atualização:

A dívida pública interna em títulos públicos teve um crescimento de R$ 16,35 bilhões em maio, atingindo o valor de R$ 660,76 bilhões. Esse aumento foi provocado pela correção dos juros no estoque da dívida e pela emissão líquida de títulos no mês de R$ 3,2 bilhões. Segundo boletim divulgado hoje pelo Tesouro Nacional e Banco Central, o aumento da dívida em maio foi de 2,54%. Em abril, o estoque da dívida estava em R$ 644,41 bilhões. A exposição da dívida atrelada à variação da taxa de câmbio permaneceu praticamente inalterada em 30,66%, o equivalente a R$ 202,58 bilhões. Em abril, a exposição cambial representava 30,36% do total da dívida (R$ 195,66 bilhões). Prefixados A grande novidade do mês na divulgação do relatório da dívida pública foi o aumento da participação de títulos prefixados no total da dívida, que subiu de 1,91% em abril (R$ 12,32 bilhões) para 3,27% (R$ 21,59 bilhões) em maio. Em troca, os títulos pós-fixados - corrigidos pela variação da taxa Selic - caíram de 52,41% (R$ 337,74 bilhões ) em abril para 50,98% (R$ 336,85 bilhões). O aumento de títulos prefixados e a redução dos papéis pós-fixados são um dos objetivos do governo para melhorar o perfil da dívida e reduzir o risco de financiamento do governo. A participação dos títulos prefixados vinha caindo desde 2001 com a instabilidade da economia brasileira. Em momentos de maior turbulência, há uma aversão dos investidores pelos títulos prefixados, que trazem maior risco para o comprador dos papéis. A participação desses títulos, que era de 14,76% do total da dívida em dezembro de 2000, acabou chegando ao patamar mais baixo de 1,91% em abril. Em maio, com o aumento da oferta desses títulos pelo Tesouro, a participação voltou a crescer. Prazo médio fica maior O prazo médio do estoque da dívida pública interna em títulos públicos subiu em maio para 31,92 meses. Houve um pequeno aumento em relação a abril, quando o prazo médio estava em 31,79 meses. Segundo boletim do Tesouro Nacional e do Banco Central, esse ligeiro crescimento do prazo médio se deve ao aumento do prazo de emissão de todos os tipos de títulos em maio, entre elas a emissão de R$ 500 milhões de NTN-C com vencimento em 2031 e de LFT com prazo médio de 24,13 meses. O volume de títulos com prazo de vencimento em 12 meses também praticamente permaneceu estável, apresentando uma ligeira elevação de 34,08% em abril para 34,63%. O volume de vencimentos em 12 meses é um importante indicador considerado pelos investidores. O valor de maio ainda está muito distante do patamar mais alto de 53,01% obtido em dezembro de 99. Resgate de US$ 3,9 bilhões O Banco Central já promoveu ao longo desse ano um resgate título de US$ 3,9 bilhões de dívida cambial (títulos e contratos de swap corrigidos pela taxa de câmbio). Em junho, o volume de resgate chegou a US$ 800 milhões. Segundo informou o chefe do Departamento de Operações de Mercado Aberto (Demab) do Banco Central, Sérgio Goldenstein, a taxa de rolagem dos vencimentos de dívida cambial ao longo do ano até junho é de 86,3%. A taxa de rolagem caiu de 84,5%, em maio, para 81,7% em junho. Esses valores, explicou Goldenstein, consideram os vencimentos do principal e também dos juros intermediários e finais. Considerando apenas o vencimento do principal da dívida cambial, a taxa de rolagem no ano até junho é de 96,9%.Por esse mesmo critério, a taxa de rolagem caiu de 98,6%, em maio, para 93,7% em junho. O Banco Central vinha como regra até maio rolando 100% do vencimento do principal da dívida cambial. Mas, depois da divulgação de um comunicado ao mercado, o BC decidiu, em meados de maio, não mais informar a estratégia de rolagem. Segundo dados apresentados pelo chefe do Demab, o volume de resgate de dívida cambial voltou a crescer a partir de maio, depois de ter caído em março e abril. O volume de resgate foi de US$ 892 milhões em janeiro; US$ 573 milhões em fevereiro; US$ 571 milhões em março; US$ 479 milhões em abril; US$ 607 milhões em maio e US$ 800 milhões.

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