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Dívida pública atrelada ao dólar deve cair pela metade em 2004

Por Agencia Estado
Atualização:

A parcela da dívida pública atrelada à variação cambial deverá fechar o ano de 2004 reduzida à metade do que foi verificado em dezembro de 2003. A estimativa foi feita hoje pelo chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab) do Banco Central, Sérgio Goldenstein. De setembro para outubro, a dívida corrigida pelo câmbio caiu de 12,32% para 11,24% do estoque dos débitos mobiliários do governo, que atingiu R$ 776,5 bilhões. "Devemos fechar o ano com essa parcela respondendo por 10% a 11% do total da dívida", disse Goldenstein. Esse movimento de queda brusca na dívida cambial reflete a estratégia adotada pelo governo de reduzir gradativamente a participação destes instrumentos e uma melhora do cenário econômico. Em dezembro de 2003, 22,06% da dívida mobiliária estava atrelada à variação de câmbio. Em termos nominais, esse porcentual representava um montante de R$ 161,39 bilhões. No mês passado, a dívida cambial, em termos nominais, estava em R$ 87,26 bilhões. A redução desses débitos é um importante resultado para o governo, já que esse é um dos indicadores avaliados pelas agências de classificação de risco do País. De janeiro a novembro deste ano, o governo renovou apenas 4,3% dos papéis e contratos de swap cambial (troca de títulos) que venceram no período. "Resgatamos US$ 28,2 bilhões em instrumentos cambiais", disse Goldenstein. Os contratos de swap funcionam como um instrumento de proteção às variações da taxa de câmbio, oferecidos pelo BC aos bancos que, por sua vez, repassam às empresas. Em outubro e novembro, o governo não renovou nenhum vencimento de instrumentos cambiais, o que gerou um resgate de US$ 2,7 bilhões, no mês passado, e de US$ 880 milhões, agora em novembro. "A demanda por hedge (proteção) continua fraca. Há uma baixa volatilidade (oscilação) da taxa de câmbio e não vislumbramos nenhuma pressão para o mercado de câmbio no curto e médio prazos", explicou Goldenstein. Outro fator que explica essa menor procura por parte das empresas por mecanismos de proteção (hedge) da variação da taxa de câmbio é o próprio movimento de pagamento das dívidas externas. "Ao longo dos últimos meses, as empresas reduziram seus endividamentos no exterior", disse o técnico do BC.

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