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Dívida pública cresce 2,15% e soma R$ 1,25 tri em fevereiro

Aumento se deve à emissão de títulos que superaram em R$ 14,9 bilhões os resgates feitos no mês

Por Renata Veríssimo e BRASÍLIA
Atualização:

O estoque da dívida pública federal em títulos ficou 2,15% maior em fevereiro, totalizando R$ 1,25 trilhão. A expansão ocorreu porque as emissões de papéis superaram em R$ 14,9 bilhões os resgates feitos no mês. Além disso, foram incorporados à dívida juros no valor de R$ 11,4 bilhões. Segundo o coordenador geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Guilherme Pedras, por ter sido um mês com poucos vencimentos e emissões de títulos, não houve uma variação expressiva na composição da dívida. A parcela de papéis prefixados, considerados mais fáceis para a administração da dívida por terem a remuneração fixada no ato da emissão, subiu de 28%, em janeiro, para 28,4%, em fevereiro, do total do estoque. Mesmo com o início do movimento da queda da taxa básica de juros (Selic), a fatia de títulos remunerados por ela subiu de 38,5% para 38,6% no período. Por outro lado, a participação dos papéis atrelados ao comportamento da inflação caiu de 30,7%, em janeiro, para 30,2%, em fevereiro. Pedras disse que não pretende usar o lucro de R$ 185,35 bilhões do Banco Central (BC), transferido no início do mês para o Tesouro, para reduzir a dívida em títulos públicos. O dinheiro servirá para reforçar o "colchão de liquidez" do órgão. "O dinheiro poderá ser usado de acordo com a conveniência do Tesouro", disse ele. Apesar de admitir que o dinheiro dará um maior conforto na administração da dívida pública, Pedras afirmou que a intenção é manter integralmente a rolagem da dívida prevista para 2009. Apesar das incertezas no mercado internacional, Pedras afirmou que não há um movimento no mercado de venda dos papéis brasileiros prefixados de longo prazo. LEILÃO Segundo ele, o Tesouro Nacional realizou leilões de recompra de Notas do Tesouro Nacional prefixadas (NTN-F) em fevereiro e em março, mas os investidores não se interessaram. "Isso mostra maior confiança do mercado em papéis prefixados, em especial, os mais longos, e corrobora que não há um movimento de venda desses papéis", afirmou. O Tesouro também tem conseguido recomprar títulos com taxas de remuneração mais elevadas e prazos mais longos do que os emitidos. "Alongamos os prazos e compramos mais barato do que emitimos para financiar nossa dívida", afirmou o coordenador. Pedras avaliou ainda que houve uma melhora no mercado de juros no mês de fevereiro. "Foi um mês relativamente estável, mas com uma melhora gradual nos mercados financeiros e, em especial, no mercado de juros", afirmou. Segundo ele, quando o mercado projeta uma taxa Selic menor, diminui o custo total de emissão da dívida pública.

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