O valor total devido pela Eletrobrás aos acionistas na forma de dividendos retidos das décadas de 1970 e 1980 continua aumentando. Segundo o balanço da estatal, o valor fechou o segundo trimestre de 2009 em R$ 9,837 bilhões, acréscimo de 2,3% sobre o saldo de R$ 9,608 bilhões apurados ao fim do primeiro trimestre de 2009. No fim de junho de 2008, essa dívida somava R$ 8,751 bilhões. O aumento decorre da correção anual pela taxa básica de juros (Selic).
Dos R$ 9,837 bilhões, a Eletrobrás deve R$ 5,3 bilhões em dividendos à União, R$ 1,454 bilhão ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 495,8 milhões ao Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND), R$ 434,8 milhões ao Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas (FGP) e R$ 2,152 bilhões aos minoritários - no fim de março deste ano, a fatia dos minoritários era de R$ 2,091 bilhões e, no fim de junho de 2008, R$ 1,905 bilhão.
No balanço do período entre abril e junho deste ano, a Eletrobrás não informa se houve evolução nas alternativas em estudo para o pagamento desse passivo. A administração da companhia, porém, já reiterou em diversas ocasiões o interesse em pagar essa conta o mais rápido possível. Uma proposta em avaliação pela empresa é de pagar a dívida com recursos próprios e promover, em seguida, um aumento de capital para que este dinheiro retorne ao seu caixa. Só que para a União participar da operação, é necessário que a compra de ações da estatal esteja autorizada em seu orçamento. Na lei orçamentária deste ano, essa hipótese não está prevista.