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Divulgação do IPCA-15 é destaque da agenda econômica

Por CÉLIA FROUFE E FRANCISCO CARLOS DE ASSIS
Atualização:

A próxima semana será como poucas em termos de novas informações macroeconômicas domésticas. Haverá um pouco de tudo: dados de inflação, do setor externo, de contas públicas e do mercado de trabalho. Maior atenção, no entanto, recairá sobre o IPCA-15 de fevereiro, já que os analistas querem saber a quantas anda o fôlego de desaceleração da alta dos preços vista desde a segunda metade do ano passado. Logo na segunda-feira pela manhã será conhecido o resultado do IPC-S da terceira quadrissemana do mês. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgará o índice, que poderá mostrar mais uma desaceleração em relação à apuração anterior, quando subiu 0,48%, pouco abaixo das estimativas apuradas junto aos analistas (entre 0,49% e 0,68%). No mesmo dia, o Banco Central mostrará como estão as estimativas do mercado para a economia brasileira em 2008 e 2009. A pesquisa Focus poderá trazer mais uma rodada de redução das previsões para a inflação após os dados recentes mais aprazíveis. A última terça, dia 19, foi a data de referência para que o mercado enviasse ao BC as projeções para o IGP-DI. Vale lembrar que duas datas críticas também expiram na próxima semana: a do IPCA (na véspera do IPCA-15) e a da Selic (quarta-feira que antecede o Copom). Ainda na segunda-feira, o BC também trará os primeiros dados do setor externo referentes a janeiro. As transações em conta corrente devem seguir levemente deficitárias e atenção maior deve ser dada ao Investimento Estrangeiro Direto (IED). Isto porque os recursos que migram para o País por esse canal geralmente têm como fim o setor produtivo, e um dado positivo agora pode significar um maior potencial para a indústria brasileira no futuro, o que diminuiria a pressão sobre o hiato do Produto e abriria novo espaço para a retomada de cortes da Selic. Ainda em relação ao setor externo, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) trará os volumes de exportação e importação até a sexta-feira (22). Até a terceira semana de fevereiro, a balança acumula superávit de US$ 1,057 bilhão no mês e de US$ 2,001 bilhões no ano. O segundo dia da semana também promete ser agitado. No início da manhã, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) trará o resultado do IPC referente à terceira quadrissemana do mês. Na primeira, o índice já havia desacelerado de 0,52% para 0,30% e, na segunda, diminuiu mais, para 0,22%. A expectativa do coordenador do IPC, Márcio Nakane, é a de que até o final do mês a inflação de São Paulo fique em 0,25%. Também na terça-feira, é a vez de o IBGE divulgar o IPCA-15 de fevereiro e, em seguida, de o mercado financeiro calcular os núcleos do indicador. Ao final de janeiro, o índice cheio já havia desacelerado de 0,74% para 0,54% e os núcleos vieram dentro das projeções, em linha com o resultado do IPCA-15 do mesmo mês. Em função da metodologia usada pelo Instituto, toda a pressão do grupo Educação vista nos outros indicadores de janeiro só será contabilizada no IPCA este mês. Ainda não se sabe se a continuidade da desaceleração aguardada para o grupo dos alimentos será suficiente para conter essa alta. O mesmo dia terá a divulgação do Tesouro Nacional referente aos resultados do governo central de janeiro. Depois do déficit de R$ 8,052 bilhões em dezembro, natural para o período, a expectativa é de retomada do saldo positivo. O mesmo comportamento deve mostrar a conta do setor público, que o BC divulgará no dia seguinte. É que, em dezembro, o saldo ficou negativo em R$ 11,780 bilhões e agora já poderá apresentar recuperação. A semana carregada termina na quinta-feira, com a divulgação do IGP-M de fevereiro, que tende a acelerar um pouco mais em relação às duas primeiras prévias, de 0,42% e 0,46%, respectivamente. O IBGE trará no mesmo dia a taxa de desemprego nacional. Em dezembro, o indicador chegou a 7,40% da População Economicamente Ativa (PEA), o menor da série. Nos primeiros meses de todos os anos, no entanto, a tendência é de reversão, já que os empresários dispensam os funcionários extras contratados especificamente em função do aquecimento da atividade, em função das festas de final de ano.

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