PUBLICIDADE

DM9DDB é a ''agência do ano''

Agência brasileira leva o grande prêmio no Festival Internacional de Publicidade em Cannes, com 40 pontos

Por Marili Ribeiro
Atualização:

Depois de 32 troféus, com 7 Leões de Ouro, ganhos em diferentes categorias na 56ª versão do Festival Internacional de Publicidade de Cannes, o mercado publicitário brasileiro festeja mais um vitória. Este ano, uma agência do País, a DM9DDB, foi eleita, com 40 pontos em premiações e disputas, a Agência do Ano do Cannes Lions 2009. No ano passado, o Brasil tinha ficado em segundo lugar, com a AlmapBBDO, que este ano também repetiu a classificação. A visibilidade obtida nessas competições projeta a boa imagem da criatividade nacional no negócio da propaganda globalmente. O mérito pode até ser relativo, como dizem alguns profissionais do meio, em razão da menor presença das agências americanas e europeias na competição deste ano. Elas inscreveram menos peças em decorrência da grave crise global que afetou suas economias. Outro fator considerado é a mudança operada no negócio da propaganda com o avanço de outros canais de comunicação, como os digitais, nas ações de construção de marca e distribuição de mensagens publicitárias. Condição que ainda não é contemplada nos critérios de classificação para o prêmio de Agência do Ano em Cannes. No maior mercado do mundo no setor, o americano, a cada ano que passa esse cenário fica mais visível. Este ano, por exemplo, os americanos tiveram ótima performance em Cyber Lions, com 21 Leões em propaganda online, e péssima em anúncios impressos, onde ganharam apenas dois Leões em Press Lions. Para ser Agência do Ano, a empresa tem que somar pontuação em 4 das atuais 11 categorias em disputa. E são elas as mais tradicionais na competição: anúncios impressos, outdoor, rádio e filmes. Apesar das mudanças que vão dando nova configuração ao mercado, a favor das agências brasileiras, e da DM9DDB em particular, esta é a terceira vez que a agência ganha o prêmio. Ganhou em 1998 e repetiu a dose no ano seguinte. Além dela, o Brasil conquistou o mesmo título em 2000, com a agência AlmapBBDO, e em 2001, com a F/Nazca Saatchi&Saatchi. Entre os publicitários, em especial os que estiveram na costa francesa no último ano, quando o festival registrou público recorde, o comentário habitual nos últimos dias era o quão espartana foi a atual edição. É uma interpretação influenciada pela redução da quantidade de participantes e a ausência de grandes badalações. Afinal, houve corte de 40% no total das inscrições de delegados, o que representou, pelo menos, o corte de quatro mil pessoas. "Você está passeando na orla e eles botam você, quase à força, para dentro das festas na praia. Falta gente, ao contrário do ano passado", brinca Luciano Deos, jurado brasileiro na categoria Design, sócio do escritório Gad Branding & Design e pela segunda vez na orla francesa. As festas, tradição no meio, este foram modestas. Como justificaram os próprios organizadores, não seria razoável esbanjar em ano de retração econômica. A pauta dos 52 seminários e 23 workshops que se sucederam ininterruptamente nos auditórios do Palais dês Festival, ao contrário, se mantiveram lotadas. Em especial as que trouxeram executivos ícones para o negócio da comunicação, como a do presidente da Microsolft, Steve Ballmer, ou a do Google, Eric Schmidt. Na área da premiação, também não houve redução do ímpeto em relação aos anos anteriores. Pelo contrário, houve fartura. Foram entregues 674 troféus, ante 579 do ano anterior. No total, foram mais de 22 mil peças inscritas, ante 28 mil no ano passado. OBAMA Era uma vitória mais do que anunciada. Desde que o case de marketing político que elegeu o presidente americano Barack Obama foi inscrito, ninguém duvidava que saísse com, pelo menos, um Leão do meio publicitário em Cannes. E assim foi. Só que não se limitou a um troféu, mas abocanhou os dois Grand Prix da mais cobiçado disputa, que são os prêmios em Titanium and Integrated. Nessa categoria, criada em 2003 e na qual o Brasil nunca foi contemplado, são escolhidos os projetos e grandes sacadas de comunicação que inovam os processos de levar mensagens publicitárias aos consumidores.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.