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Doença do frango afetou exportação gaúcha para três países

Segundo diretor técnico da Associação Gaúcha de Avicultura, a restrição às compras é feita pela Rússia, Japão e Paraguai

Por Agencia Estado
Atualização:

A descoberta de um foco da doença de Newcastle em criação doméstica de frangos em Vale Real (RS) afetou, até o momento, a exportação gaúcha do produto para a Rússia, Japão e Paraguai. O diretor técnico da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Éder Barbon, explicou que Rússia e Japão não embargaram as importações, mas o acordo sanitário de ambos com o Brasil prevê que o Ministério da Agricultura suspenda a emissão de certificados de exportação em determinadas situações, como na ocorrência de enfermidades. No caso da Rússia, a restrição vale para todo o Estado por seis meses. Já no acordo com o Japão, fica impedida de exportar, por 90 dias, a região a 50 quilômetros do foco, esclareceu. O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Aristides Vogt, que também é diretor da Doux Frangosul, a maior exportadora de frangos do Estado, teve audiência no final da manhã com o governador Germano Rigotto (PMDB), acompanhando o presidente mundial da empresa, Charles Doux. Ao final, Rigotto disse que apenas a área de dez quilômetros ao redor do foco deve ter suas exportações limitadas pela maior parte dos importadores de carne de frango. "A Rússia é o único caso que pega o Estado todo", comentou, numa referência aos acordos sanitários do Brasil com os principais importadores. A Rússia representa 5% das exportações do Rio Grande do Sul, conforme a Asgav. Para o Paraguai, as vendas gaúchas são insignificantes, segundo Rigotto. Aumento Apesar da ocorrência de Newcastle, a Doux Frangosul pretende aumentar gradativamente seu abate de frangos no Brasil. A expansão da gripe aviária na Europa estimulou a queda no alojamento de pintos de corte e dos abates a partir de março, processo que deve ser revertido agora, disse Vogt. O plano da empresa era recuperar o ritmo anterior em agosto. A queda foi de 25% ante 1 milhão de aves abatidas por dia no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. O Rio Grande do Sul concentra 90% dos abates da Doux Frangosul. "A decisão era de iniciar no segundo semestre, de agosto em diante", comentou Vogt. Durante esta semana, a empresa vai avaliar o comportamento do mercado para definir o ritmo de retomada dos abates. A Doux Frangosul deverá abastecer a Rússia a partir da França. Ao mesmo tempo, o Rio Grande do Sul poderá substituir os embarques da França para alguns mercados, enquanto durar a restrição. Vogt disse que grande parte dos produtores voltou a alojar mais pintinhos. A retomada não deve enfrentar problemas de oferta porque a queda foi escalonada entre os integrados que fornecem à empresa, explicou o dirigente. A companhia tem cinco produtores integrados (três de frangos e dois de perus), de um total de 3,5 mil, que estão localizados na área de vigilância de dez quilômetros formada ao redor do foco de Newcastle em Vale Real (RS). A Doux Frangosul envia entre 75% e 80% de sua produção para o exterior. O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Quintiliano Vieira, informou que no sábado foram colocadas as aves sentinelas na pequena propriedade em que foi descoberto o foco de Newcastle. A medida faz parte das ações de erradicação da doença e serve para testar se ainda há presença, no ambiente, do vírus causador da enfermidade. O foco foi notificado no dia 5 de julho à Organização Mundial de Saúde Animal (OMS), depois que exames de laboratório identificaram, no dia 4, o vírus de Newcastle. Conforme a Doux, a França teve recentemente dois casos da doença.

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