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Dois terços das empresas pretendem contratar

Fábricas de veículos e autopeças lideram admissões

Foto do author Márcia De Chiara
Por Márcia De Chiara
Atualização:

Dois terços dos 21 setores industriais pesquisados pela Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) pretendem contratar trabalhadores até fevereiro de 2008. O resultado é superior ao obtido em dezembro de 2006, quando apenas 11 setores tinham essa intenção para três meses. Segundo o coordenador técnico da sondagem, Jorge Braga, os setores que mais estão interessados em abrir vagas nos próximos meses são as indústrias automobilística e de autopeças (material de transporte). A pesquisa revela que 41% das companhias informaram que vão contratar. No ano passado, 20% delas tinham a intenção de ampliar os quadros. A indústria química é outra está disposta a abrir vagas: 56% das companhias ouvidas informaram que vão admitir, ante 30% delas em dezembro de 2006. Fabricantes de materiais elétricos e a indústria mecânica também estão entre os setores que mais querem contratar no início do ano que vem, com 44% e 30% da companhias, respectivamente, interessadas em abrir vagas até fevereiro. Os números globais da sondagem apontam que, em média, 27% das empresas prevêem aumentar o número de trabalhadores entre dezembro e fevereiro, enquanto 16% têm intenção de reduzir o número de funcionários. Em dezembro do ano passado ficou praticamente empatado o porcentual de companhias que pretendiam admitir (18%) e demitir(17%) no início deste ano. "A contratação estará favorável no início de 2008 mesmo num período em que ocorrem demissões na indústria, que é o início do ano", afirma Braga. O quadro é semelhante no comércio. Uma sondagem feita pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) no dia seguinte ao Natal com 100 empresários da capital paulista mostra que 83% deles têm intenção de efetivar em janeiro os empregados temporários contratados para o período. No ano passado, 74% dos empresários ouvidos declararam ter essa intenção. A diretora do Departamento de Economia da Fecomércio-SP, Fernanda Della Rosa, observa que aumentou de 30% em 2006 para 40% neste ano o número de comerciantes que informaram que pretendem admitir nos próximos meses cinco ou mais empregados contratados temporariamente para as festas de fim de ano. O otimismo do comércio e da indústria para os próximos meses está baseado no cenário favorável traçado pelos empresários. De acordo com a sondagem industrial da FGV, 55% das indústrias acreditam que a situação dos negócios nos próximos seis meses vai melhorar ainda mais, enquanto apenas 3% prevêem uma piora. O resultado é mais favorável que o de dezembro do ano passado. Naquele mês, 50% das companhias ouvidas acreditavam na melhoria dos negócios em seis meses e 6% delas apostavam na deterioração na situação. "A sondagem industrial mostra que a perspectiva de uma inflação maior para 2008 e de uma política monetária mais apertada, com a estabilidade da taxa básica de juros, a Selic, não afetam por enquanto a expectativa dos empresários", diz o coordenador técnico da sondagem da FGV. Braga atribui o ligeiro recuo no Índice de Confiança da Indústria, que estava em 121,2 pontos em novembro e foi para 116,1 pontos em dezembro, a variações normais para esse período do ano. De toda forma, o economista observa que o Índice de Confiança da Indústria deste mês é superior ao registrado em dezembro do ano passado. O indicador encerrou 2006 em 106,3 pontos e fecha este ano em 116,1 pontos. O acréscimo no período é de 9,2%. A alta acumulada em 12 meses até novembro era de 13,1%.

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