PUBLICIDADE

Após reunião de Bolsonaro com governadores, dólar fica a R$ 5,58 e Bolsa fecha aos 83 mil pontos

Este é o menor valor para um fechamento da moeda americana desde o dia 4 de maio; B3 não subia aos 83 mil pontos desde o dia 29 de abril

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Bolsa de Valores de São Paulo, a B3ampliou os ganhos nesta quinta-feira, 21, e fechou com alta de 2,10% aos 83.027,09 pontos - pela primeira vez desde o dia 29 de abril. Os ganhos da sessão são resultado do possível alinhamento entre governos federal e estaduais. O dólar também foi beneficiado e fechou com queda de 1,88%, a R$ 5,5818 - menor valor desde o dia 4 de maio, quando terminou a R$ 5,5208.

A reação positiva do mercado se deve a reunião desta quinta, na qual o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a sancionar "o mais rápido possível" o projeto de socorro financeiro para Estados e municípios para apoio no combate a pandemia do novo coronavírus, após receber aval dos governadores para vetar o aumento ao funcionalismo público. 

Dólar Foto: Reuters

PUBLICIDADE

O cenário aparentemente estável do cenário político do País fortaleceu o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, que pela vez desde 30 de abril superou o patamar dos 83 mil pontos ao subir aos 83.308,96 pontos. Nem mesmo os resultados negativos das Bolsas de Nova York interferem na B3 nesta quinta, que na mínima do dia cedia apenas aos 81.317,11 pontos.

Com os resultados desta quinta, o índice sobe 7,05% na semana, 3,13% no mês e cede 28,21% no ano. Subiram no pregão de hoje, CCR, com 11,65%, Cyrela, com 11% e Ecorodovias, com 9,83% - entre os bancos, se destaca o Banco do Brasil, com ganho de 7,06%. Entretanto, com a baixa do dólar, perderam na sessão desta quinta Suzano, com 4,40% e Marfrig, com 4,21%.

Também deu novo impulso ao mercado brasileiro, os relatos da mídia chinesa, de que o país asiático poderá impor inspeções alfandegárias mais rígidas ao minério de ferro da AustráliaSe confirmada, a medida pode favorecer as exportações brasileiras.

Câmbio

dólar abriu em alta nesta quinta e voltou a atingir o patamar de R$ 5,70 - na máxima do dia, a moeda era cotada a R$ 5,7067. Porém, as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Netona última quarta-feira, 20, de que órgão estaria preparado para vender reservas ou intervir mais no câmbio, caso seja necessário, deu fôlego a moeda, que recuou até atingir a mínima do dia, R$5,5582.

Publicidade

Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento do Estadão/Broadcast, o dólar turismo é negociado abaixo de R$ 5,85. Já o dólar junho fechou cotado a R$ 5,5565, uma baixa de 2,46%.

A moeda à vista agora acumula desvalorização de 4,4% na semana e de pouco mais de 40% no ano. Neste ambiente, o real foi hoje a moeda com melhor desempenho ante o dólar, em uma cesta de 34 divisas internacionais. O aumento das tensões entre americanos e chineses, foi o bastante para derrubar a força da moeda nesta quinta.

Cenário internacional

O mercado americano sentiu nesta quinta, o peso da declaração do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell. Em evento virtual, ele destacou a incerteza sobre o futuro, com os problemas gerados pela desaceleração atual, que classificou como sendo "sem precedentes".

PUBLICIDADE

A esse cenário, ainda se soma o aumento das tensões entre Estados Unidos e China, após Donald Trump criticar por repetidas vezes, a forma como Pequim tem lidado com o coronavírus. Na quarta-feira, 20, Trump voltou a culpar os chineses pela pandemia, ao dizer que "foi a incompetência da China que causou esse massacre em todo o mundo", em sua conta oficial no Twitter. A expectativa fica sobre como o país asiático vai reagir às novas ameaças.

Já na Europa, o índice de gerente de compras (PMI composto) do Reino Unido subiu de 13,8 em abril a 28,9, mas ainda abaixo da previsão de 33,0 dos analistas. Já o PMI composto da zona do euro subiu da mínima recorde de 13,6 em abril a 30,5 na preliminar de maio. No entanto, as tensões entre as duas maiores potências da atualidade pesou no velho continente e o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,75%.

Petróleo

Publicidade

A commodity foi beneficiada nesta quinta pela abertura gradual da economia da China, uma das maiores consumidoras de petróleo do mundo. Além disso, também favoreceu o ativo, o novo relatório do Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos, que aponta uma diminuição de 4,982 milhões de barris no estoque americano, apenas na semana passada. 

Nesse cenário, o WTI para julho, referência no mercado americano, fechou em alta de 1,28%, a US$ 33,92 o barril. Já o Brent para o mesmo mês, referência no mercado americano, avançou 0,87%, a US$ 36,06 o barril.

Em altaEconomia
Loading...Loading...
Loading...Loading...
Loading...Loading...

Bolsas do exterior

O receio de que os americanos possam aplicar novas restrições aos chineses, derrubou as Bolsas da Ásia. O Nikkei caiu 0,21% em Tóquioenquanto na China continental, o Xangai Composto recuou 0,55% e o Shenzhen Composto teve queda de 0,95%. Em outras partes da Ásia, o Hang Seng caiu 0,49% em Hong Kong, mas o Kospi subiu 0,44% em Seul e o Taiex registrou alta de 0,92% em Taiwan. Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho e o S&P/ASX 200 recuou 0,41% em Sydney.

O medo frente novas restrições também afetou as Bolsas da Europa. Em Londres, o FTSE 100 registrou baixa de 0,86% e em Frankfurt, o DAX caiu 1,41%. Na Bolsa de Paris, o CAC 40 registrou queda de 1,15% e em Milão, o FTSE MIB recuou 0,73%. Já o PSI 20 da Bolsa de Lisboa caiu 0,20%. O IBEX 35 da Bolsa de Madri foi o único a ir na contramão e fechou com alta de 0,04%.

As Bolsas de Nova York ecoaram a fala de John Williams, presidente distrital de NY do Fed, que previu "alguns meses de dificuldade pela frente". Nesse cenário, o Dow Jones recuou 0,41%, o Nasdaq caiu 0,97% e o S&P 500 teve queda de 0,78%./ALTAMIRO SILVA JÚNIOR, KARLA SPOTORNO, MARCELA GUIMARÃES, GABRIEL BUENO DA COSTA E MAIARA SANTIAGO

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.