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Após ganhos, Bolsa fecha em queda, mas mantém os 80 mil pontos; dólar fica em R$ 5,43

Mercado teve dia de perda, após ser influenciado pelos resultados negativos das principais economias da Europa; quase todas as Bolsas do exterior recuaram nesta quinta

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Por Redação
Atualização:

Em meio a dados econômicos sendo divulgados em todo o mundo, a Bolsa de Valores de São Paulo, B3, fechou em queda de 3,2% nesta quinta-feira, 30, aos 80.505,89 pontos, após encerrar em alta por três vezes consecutivas. Já o dólar voltou a subir e novamente superou o patamar de R$ 5,40 - após recuar nos últimos dias. Em resposta, a moeda terminou cotada a R$ 5,43, uma alta de 1,56%.

O Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, já começou o dia com uma queda superior a 2,5%, aos 82 mil pontos. A B3 continuou oscilando ao longo do dia, entre os 81 mil pontos e 82 mil pontos. Na mínima do dia, por volta das 16h, a Bolsa cedia aos 80 mil pontos. Apesar do resultado, no entanto, a B3 acumulou ganho de 10,25% no mês e de 6,87% na semana.

Dólar Foto: Reuters

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O pregão desta quinta, porém, desanimou quem vinha acompanhando as altas da Bolsa. Na última segunda-feira, 27, a B3 avançou 3,86%, aos 78.238,60 pontos. Na terça-feira, 28, o índice deu outro salto e fechou com ganho de 3,39%, aos 81.312, 33 pontosResultado que se manteve também na quarta-feira, 29, após o Ibovespa fechar em alta de 2,29%, aos 83.170,80 pontos.

O dia também foi negativo para o dólarA moeda, seguindo o ritmo de queda dos últimos fechamentos, começou o dia com um recuo de quase 0,5%, cotado a R$ 5,33. O valor, no entanto, não se manteve baixo por muito tempo e ela logo tornou a subir ao patamar dos R$ 5,44. Na máxima do dia, a moeda era negociada a R$ 5,44. Porém, com as idas e vindas dos últimos dias, o dólar fecha a semana com recuo de 3,93%, na primeira baixa desse mês.

A postura defensiva no mercado vista nesta quinta, é uma consequência direta dos balanços das empresas de todo o mundo - que estão sendo divulgados hoje -, e também dos resultados negativos dos respectivos PIBs de países europeusjá impactados pelo novo coronavírus. Em meio a todos esses dados, quase todos os mercados internacionais fecharam em queda. Nesse cenário, o mercado asiático foi o único que conseguiu escapar.

Cenário local

A quinta começou com a informação de que o desemprego no País já chega a 12,2% da população no primeiro trimestre, número que é mais alto dos 11% registrados no quarto trimestre de 2019. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE). Em levantamento, o órgão também apontou que ao todo, o Brasil possui já possui 36,806 milhões de trabalhadores informais - e que eles estão sendo os primeiros impactados pelo coronavírus.

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Já o Bradesco informou que seu lucro líquido recorrente encolheu 39,8% no primeiro trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2019, o que empurrou a cifra no período para R$ 3,753 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, a queda foi ainda maior, de 43,5%. Pesou nos resultados, sobretudo, o reforço de R$ 2,7 bilhões em provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, feitas no período por causa da covid-19.

Além disso, o Banco Central (BC) também anunciou nesta quinta, que as contas do setor público consolidado, que englobam o governo federal, estados, municípios e empresas estatais, registraram um déficit primário de R$ 23,655 bilhões em março. O resultado foi o pior para o mês desde 2018 e já começa a apresentar os primeiros sinais do coronavírus na economia.

Nesse cenário, a pandemia ainda deve continuar sobre o olhar atento do mercado e também do governo. Segundo novas informações do Ministério da Saúde, o País registrou 435 mortes e 7.218 novos nas últimas 24 horas. Ao todo, são 5.901 vítimas fatais e 85.380 infectados.

Cenário internacional

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Um dia após os Estados Unidos divulgarem contração de quase 5% no PIB, na zona do euroFrança Itália informaram dados semelhantes, em meio à pandemia do novo coronavírus. O Produto Interno Bruto (PIB) do bloco encolheu 3,8% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019, sofrendo a maior contração da série histórica iniciada em 1995, segundo dados preliminares divulgados pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat

Nesse cenário, ficaram em segundo plano, os dados que indicaram a deterioração da manufatura na China. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da indústria chinesa recuou de 52 em março para 50,8 em abril, enquanto o PMI equivalente da IHS Markit e Caixin Media diminuiu de 50,1 para 49,4 no mesmo período. Ambos ficaram próximos da barreira de 50, que separa expansão de contração na atividade manufatureira.

Enquanto isso, nos EUA, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), anunciou uma expansão do programa de crédito para incluir mais empresas, após diminuir o piso para US$ 500 mil. Além disso, o órgão informou que continuará dando continuidade aos demais programas de estímulo, para ajudar a economia americana a se recuperar da crise gerada pelo coronavírus.

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Petróleo

A commodity foi beneficiada nesta quinta, pela notícia do Departamento de Energia dos EUA (DOE, na sigla em inglês), de que os estoques de petróleo no país aumentaram em 8,9 milhões de barris na semana do dia 24 de abril. A notícia, que ainda aponta para o aumento dos estoques, é melhor que a previsão dos analistas, que apontavam para um avanço de 11 milhões de barris. 

Com a informação, o WTI para junho, referência no mercado europeu, avançou 25,1%, a US$ 18,84 o barril. Já o Brent para julho, referência no mercado americano, subiu 9,29%, a US$ 26,48 o barril. Em abril, o WTI acumulou perdas de 8,0%, enquanto o Brent registrou leve alta de 0,49%. 

Bolsas do exterior

As Bolsas asiáticas foram as únicas a apresentar ganhos nesta quinta. No Japão, o índice Nikkei subiu 2,14%, com o bom desempenho de ações de montadoras e de fabricantes de eletrônicos. Na China continental, o Xangai Composto avançou 1,33% e o menos abrangente Shenzhen Composto, se valorizou 1,88%. Em Taiwan, o Taiex registrou ganho ainda mais expressivo, de 2,04%. Já as bolsas de Hong Kong e da Coreia do Sul permaneceram fechadas em função de feriados locais. Na Oceania, o S&P/ASX 200 avançou 2,39% em Sydney, atingindo seu maior patamar desde 9 de abril. 

Na Europa, assim como no Brasil, o dia foi de perdas. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 2,03%, enquanto na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 3,50%. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 2,22% e em Paris, o índice CAC 40 recuou 2,12%. Na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB fechou em queda de 2,09% e o índice IBEX 35 de Madri, caiu 1,89%. Já na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 recuou 0,62%.

Os resultados negativos também recaíram sobre as Bolsas de Nova York, mas ao contrário do mercado europeu, as quedas foram mais tímidas. O Dow Jones fechou com perda de 1,17%, o S&P 500 recuou 0,92% e o Nasdaq caiu 0,28%./SERGIO CALDAS, NICHOLAS SHORES, GABRIEL BUENO DA COSTA, IANDER PORCELLA, FELIPE SIQUEIRA E MAIARA SANTIAGO.

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