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Dólar abre em queda, mas cautela permanece

A abertura do câmbio foi menos pressionada, com o dólar comercial sendo vendido a R$ 3,6450, uma queda de 0,27%. O mal entendido de ontem em relação ao não pagamento da dívida da Prefeitura de SP foi o motivo da tensão do mercado, mas cautela ainda permanece entre o investidores.

Por Agencia Estado
Atualização:

O dólar deve se mostrar menos pressionado durante os primeiros negócios de hoje, revertendo parcialmente a forte pressão proporcionada ontem pela onda especulativa que se seguiu ao mal-entendido em relação ao não pagamento da dívida da prefeitura de São Paulo. Apesar dos esclarecimentos de que não se tratava de calote, e sim do não exercício de um direito contratual, os investidores estrangeiros venderam papéis brasileiros ontem, o que acabou alimentando a pressão sobre o real e levando o dólar a disparar mais de 3%. Hoje, embora alguns jornais ainda realimentem o assunto em suas manchetes, o mercado tende a trabalhar mais calmo, pelo menos em relação à dívida paulistana. Na abertura dos negócios, às 10h12, o dólar comercial estava sendo vendido a R$ 3,6450, em queda de 0,27% em relação ao fechamento de ontem. Veja aqui a cotação do dólar dos últimos negócios. Apesar da expectativa melhor para hoje, o sentimento de cautela persiste, o que se reflete na queda dos títulos da dívida brasileira negociados no exterior e na alta do risco País no exterior. Um dos fatores que podem impedir uma queda maior do dólar, pelo menos na abertura, é a cautela em relação aos EUA. O principal fator de preocupação é a saúde da economia norte-americana como um todo, cujas incertezas foram realçadas ontem pela decisão do Fed (banco central norte-americano) de cortar os juros em 0,50 ponto percentual. "Pode ser uma ótima notícia, se a economia se recuperar, mas também pode ser péssima se os EUA entrarem numa estagnação japonesa e não reagir mesmo com juros abaixo da inflação", comentou um operador. De qualquer forma, a fonte considera que o mercado brasileiro pode operar descolado dos EUA caso as oscilações em Wall Street permaneçam baixas. No quadro interno, o mercado segue esquadrinhando as ações do PT, que tenta hoje em São Paulo dar a largada para o futuro pacto social, uma iniciativa que, na década de 80, mostrou-se inócua no tratamento de questões macroeconômicas como a inflação e o crescimento. Porém, pode dar certo se Lula direcionar os esforços do pacto para as reformas. No Congresso, o PT voltou a obter sucesso ontem na limpeza da pauta de MPs, embora tenha pago o preço de um aumento aos funcionários públicos. Porém, o aumento não foi generalizado e deve afetar pouco o Orçamento. O julgamento da ação no STJ sobre correção de contratos de casa própria é um fator de risco para o mercado, mas que foi adiado. No caso específico do câmbio, também está prevista alguma pressão semana que vem no vencimento de dívida cambial.

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