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Às vésperas da eleição, dólar recua 4,8% na semana e Bolsa sobe 3,75%

Crescimento de Jair Bolsonaro (PSL) nas pesquisas fez o câmbio no Brasil descolar da maioria de outras moedas emergentes na semana

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e Paula Dias
Atualização:

No último pregão antes do primeiro turno das eleições, o dólar teve novo dia de queda e acumulou desvalorização de 4,81% na semana, a maior baixa semanal desde a primeira semana de março de 2016, quando caiu 5,82%. O crescimento do candidato Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT) nas pesquisas de intenção de voto animou os investidores nesta semana e fez o câmbio no Brasil descolar da maioria de outras moedas emergentes, que acabaram perdendo valor para a divisa americana nos últimos dias. Nesta sexta-feira, o dólar fechou cotado a R$ 3,8560 (-0,70%).

Já a Bolsa, que chegou a subir mais de 1% pela manhã, perdeu fôlego ainda na primeira etapa dos negócios e fechou em baixa de 0,76%, aos 82.321,52 pontos. Os negócios foram robustos e somaram R$ 14,9 bilhões. Com o resultado, o Ibovespa encerra a semana com ganho acumulado de 3,75%. As altas mais significativas no período estiveram justamente nos papéis do chamado "kit eleição", como Banco do Brasil ON (+21,36%), Eletrobrás PNB (+21,43%) e Petrobrás PN (+13,61%).

No último pregão antes do primeiro turno das eleições, dólar teve novo dia de queda e acumulou desvalorização de 4,81% na semana. Foto: Infográfico

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Apesar de a diferença entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) ter subido de 11 para 13 pontos na última pesquisa Datafolha, investidores evitaram apostar numa vitória do capitão da reserva já no primeiro turno. Assim, preferiram recolher parte dos lucros obtidos nas últimas semanas, antecipando-se a alguma surpresa negativa que possa gerar uma correção mais forte na segunda-feira.

"Pela abertura, parecia que teríamos um dia positivo. Mas se pensarmos no nível atual dos preços, vemos que o atual quadro eleitoral – mais favorável a uma agenda reformista – já está em boa parte precificado", disse Daniel Xavier, economista-chefe do DMI Group.

Para Xavier, apesar de o Ibovespa ter mostrado uma acomodação nos dois últimos pregões, é importante observar que isso ocorre em um nível superior à média de setembro, mês em que o índice oscilou entre 74 mil e 80 mil pontos. Para ele, o atual nível de pontos precifica um quadro "um pouco mais construtivo para as reformas econômicas", em um cenário em que haverá segundo turno.

"A média das pesquisas divulgadas nesta semana aponta Jair Bolsonaro com 32% das intenções de voto e Fernando Haddad com 22%. Há, portanto, um delta de 10 pontos entre eles. Na segunda-feira, o mercado deve reagir à diferença efetivamente mostrada nas urnas. Se ela ficar abaixo de 10 pontos, é possível que haja uma reação negativa", disse.

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