PUBLICIDADE

Dólar acima de R$ 2 pode afetar preços

Economistas acreditam que se o dólar romper a barreira de R$ 2, os preços sofrerão alterações no curto prazo. Simulações da Tendências Consultoria mostram mesmo que o dólar chegue até R$ 2,05 não ameaçará as metas da inflação.

Por Agencia Estado
Atualização:

Se a cotação do dólar romper a barreira de R$ 2 com tendência de crescimento, poderão ocorrer pressões nos preços no curto prazo, desencadeando reações na política monetária, avaliam economistas. Porém, considera-se que esse cenário de desvalorização do câmbio é pouco provável. No nível atual em que se encontra o câmbio, que fechou cotado na última sexta-feira a R$ 1,95, o impacto nos custos pode ser plenamente absorvido, segundo o economista da LCA, Luís Suzigan. Ele explica que o resultado abaixo do previsto dos índices de inflação em outubro e nas primeiras prévias de novembro permite acomodar taxas de câmbio mais altas, mas a cotação da moeda norte-americana não poderá passar de R$ 2. De acordo com simulações feitas pela Tendências Consultoria Integrada, desvalorizações cambiais que elevem a cotação dólar para até R$ 2,05 podem ser absorvidas sem ameaçar as metas da inflação e sem necessitar de uma reação de política monetária para conter pressões inflacionarias. Suzigan explica que o risco existe se câmbio se desvalorizar a tal ponto que desencadeie reajustes preventivos por parte dos agentes econômicos que passam a vislumbrar tendência de desvalorização ainda maior do real. Para o economista da MB Associados, Celso Toledo, o risco de impacto inflacionário decorrente do nível atual do câmbio é praticamente nulo. Ele fundamenta esse raciocínio no fato de a demanda estar fraca. Ele frisa que não se trata de uma retração, mas que a atividade está hoje em ritmo menor. "O que cria inflação relevante é o excesso de procura e isso não está ocorrendo atualmente, segundo apontam os indicadores de produção industrial de setembro e outubro", afirma Toledo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.