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Dólar acompanha piora nos mercados globais e dispara 6,4%

Por JENIFER CORRÊA
Atualização:

O dólar disparou e fechou em alta superior a 6 por cento nesta quarta-feira, acompanhando a piora dos mercados globais, frente ao fantasma da recessão econômica global. A moeda norte-americana fechou cotada a 2,381 reais, em alta de 6,39 por cento. É o segundo salto consecutivo da divisa, que acumula alta superior a 12 por cento na semana. A forte alta desta sessão ocorreu mesmo com o Banco Central tendo vendido 515,5 milhões de dólares em dois leilões de swap cambial tradicional e realizado dois leilões de venda de dólares no mercado à vista. "O terrorismo continua. Enquanto realmente a coisa não se desenrolar lá fora, o medo realmente é da recessão. O mercado continua retraído", avaliou Paulo Shiguemi Fujisaki, analista de mercado da corretora Socopa. A queda de mais de 4 por cento das bolsas de valores norte-americanas era refletida no principal índice da Bovespa, que derretia mais de 9 por cento. O risco-país do Brasil subia mais de 120 pontos. "Estamos globalizados, de qualquer maneira (o cenário externo) acaba respingando... O problema não é nem a análise técnica de ativos, mas a necessidade faz com que os investidores tomem atitudes. O Brasil, entre os emergentes, tem uma liquidez alta", lembrou Fujisaki. O Banco Central divulgou nesta quarta-feira que o país sofreu uma saída líquida de 3,751 bilhões de dólares nos 17 primeiros dias de outubro. Em setembro, o fluxo cambial havia sido positivo em 2,803 bilhões de dólares. Fujisaki ainda citou a questão da liquidez como fator que contribui com a pressão no mercado de câmbio brasileiro, no cenário global de preocupações em torno da recessão. "A liquidez não está se espalhando", comentou, referindo-se às recentes atuações do Banco Central. Nesse contexto, uma medida provisória publicada nesta quarta-feira autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a adquirirem participações em instituições financeiras privadas. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que as mudanças visam criar novas alternativas de liquidez para o mercado.

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